Segunda onda de covid-19 atinge Argentina com força
20 de maio de 2021A Argentina passa desde fins de março por uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus, com um vertiginoso aumento nos casos de covid-19 e crescente nível de ocupação de leitos de UTIs.
Nesta quarta-feira (19/05) o país registrou um novo recorde diário de infecções, com 39.652 casos em 24 horas. O número total oficial de contágios é superior a 3,4 milhões, registrados desde o início da pandemia.
O recorde diário anterior havia sido registrado um dia antes, terça-feira, com 35.543 novas infecções em um dia. Naquele dia foi também registrado o recorde diário de mortes, com 745 falecimentos. Em todo o país, a pandemia já matou 72 mil pessoas.
Na capital e nas províncias de Buenos Aires, Córdoba e Neuquén, a ocupação nos leitos de UTIs supera os 90%, segundo um levantamento da Sociedade Argentina de Tratamento Intensivo (Sati).
Politização do combate ao vírus
Para evitar o colapso do sistema de saúde, o governo tem imposto restrições às atividades noturnas e às aulas presenciais nas regiões onde o vírus tem se espalhado mais rapidamente.
A suspensão das aulas presenciais foi, porém, rejeitada pelo prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que recorreu à Corte Suprema e ganhou o apoio desta.
A oposição tem criticado duramente as medidas de combate à pandemia do governo peronista, de olho nas eleições legislativas de outubro e já na presidencial de 2023, com o argumento de que as medidas atentam contra as liberdades civis.
Mas, diante da gravidade da atual situação, o governo do presidente Alberto Fernández anunciou nesta quarta-feira, em reunião com governadores, que adotará restrições mais duras e pediu o apoio dos líderes das províncias.
Fernández criticou a Suprema Corte por ter permitido a manutenção do ensino presencial, o que, para ele, é um dos motivos para a atual explosão de casos.
Especialistas afirmaram que as medidas adotadas até aqui pelo governo de Fernández não foram suficientemente rigorosas e que médicos de UTIs estão esgotados.
A vacinação, que começou em dezembro, anda a passos lentos na Argentina. Apenas 18% da população, de 45 milhões de habitantes, recebeu a primeira dose, ou cerca de 8,3 milhões de pessoas, e 2,1 milhões já receberam a segunda, ou 4,7% do total de habitantes.
as/lf (Efe, AFP)