Secretária alemã quer impedir "greve" de alunos pelo clima
16 de fevereiro de 2019A secretária de Educação da Renânia do Norte-Vestfália (NRW, na sigla em alemão), Yvonne Gebauer, enviou carta a todas as escolas do estado alemão, advertindo os estudantes contra a sua participação nas manifestações semanais em prol da proteção climática, informou a emissora pública WDR nesta sexta-feira (15/02).
A carta da secretária de Educação da NRW, enviada na quarta-feira, afirmava que os estudantes estariam legalmente obrigados a frequentar as aulas e que, se não o fizessem, poderiam ser forçados a comparecer e enfrentar punições administrativas e até expulsão da escola.
Em vez de frequentar a escola às sextas-feiras, os estudantes se reuniram em várias cidades do estado para realizar as manifestações de "sextas-feiras pelo futuro".
Os protestos foram iniciados pela estudante sueca Greta Thunberg em agosto de 2018, quando ela realizou a primeira "greve da escola pelo clima" em frente ao prédio do Parlamento sueco para aumentar a conscientização sobre o aquecimento global.
Desde então, o movimento se espalhou pelo mundo, com milhares de estudantes participando de manifestações. Recentemente, na Bélgica, mais de 11 mil pessoas foram às ruas.
O governador de NRW, Armin Laschet, também criticou os estudantes no programa Westblick, da emissora WDR, dizendo que seria mais plausível que eles se encontrassem depois da aula.
Estudante defendem protestos
O governador da Baixa Saxônia, Stephan Weil, disse que pode entender as preocupações dos jovens, mas o governo estadual enfatizou que não tolera falta às aulas, informou a emissora pública Deutschlandfunk.
"Você diz que ama seus filhos mais do que tudo e ainda está roubando o futuro deles", pôde-se ler em cartaz num protesto em Berlim.
Depois de uma reunião com representantes dos alunos que organizaram os protestos em Hannover, Weil afirmou que os estudantes estariam absolutamente certos e que ele podia entender a preocupação dos jovens com as mudanças climáticas e a sua insatisfação com as medidas tomadas até agora.
Em resposta às exigências para permanecer na escola, os estudantes defenderam sua decisão de protestar.
"Os condutores de trens também não entram em greve em seu tempo livre", disse um deles, referindo-se às paralisações dos sindicatos de ferroviários alemães, que fizeram com que o tráfego de trens parasse, mas raramente são orientados a voltar ao trabalho durante os confrontos trabalhistas.
Lou Franka Töllner, uma organizadora de protestos de 17 anos, explicou que, como não há outro planeta, algo precisa ser feito agora para proteger o futuro de todas as gerações que estão por vir.
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