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Seca prejudica navegação fluvial

lk27 de agosto de 2003

O baixo nível dos rios decorrente da seca prolongada limita consideravelmente o transporte de mercadorias pelas hidrovias, causando contratempos e prejuízos.

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O Reno encolheu e perdeu sua imponênciaFoto: AP

Há dias que os termômetros deixaram de atingir temperaturas recordes na Alemanha, as primeiras chuvas depois de semanas de seca já se anunciaram em diferentes regiões do país, os meteorologistas esperam para os próximos dias precipitações mais fortes. Mas nada disso será suficiente para melhorar com rapidez a situação da navegação fluvial.

O Reno, por exemplo, a mais importante hidrovia não só da Alemanha como de toda a Europa, atingiu nos últimos dias, em Düsseldorf e na fronteira com a Holanda, o mais baixo nível de todos os tempos. Em vez dos quatro metros e sessenta que seriam normais, a profundidade atinge no momento pouco mais de dois metros. Também a largura deste e de outros rios diminuiu em toda sua extensão, deixando à vista margens secas, muitas vezes entulhadas de galhos secos e outros dejetos.

O incomum no caso é que já esteja ocorrendo esta situação tão cedo. Normalmente, os níveis fluviais baixam em outubro e novembro, quando o verão é muito quente e seco. Agora, há semanas que os meios de comunicação veiculam notícias de recordes negativos que se sucedem. Para normalizar a situação no Reno, seria preciso que o nível voltasse a subir pelo menos dois metros.

Sem proibição mas com restrições

Em caso de enchentes, a navegação fluvial fica proibida a partir de um determinado nível considerado inseguro. Para o Reno, na altura de Colônia, por exemplo, essa marca foi estabelecida em oito metros e meio. Com o rio mais baixo, não há proibição; cada capitão decide até quando navegar e de que forma fazê-lo.

Muitas das balsas que transportam passageiros, automóveis e bicicletas de uma margem a outra, em alturas em que não existem pontes, já deixaram de circular há algumas semanas, o que representa prejuízos consideráveis, já que elas são geralmente operadas por microempresários.

O transporte de cargas está bastante restrito. As barcaças só podem transportar agora a metade da carga costumeira e navegar a velocidade reduzida, o que prolonga também o tempo de transporte. Para percorrer um percurso de 700 quilômetros até o Mar do Norte, um capitão gasta agora meio dia a mais do que o normal, transportando bem menos do que o costume.

Meio de transporte popular e barato

Tudo isso, além de exigir verdadeiros malabarismos de logística, encarece o frete transportado pelos rios, normalmente o meio mais barato de transporte de mercadorias na Alemanha. O mais afetado é o Reno, pelo qual passa 80% de toda a carga transportada por esse meio no país — 200 milhões de toneladas ao ano.

Ainda não existem cálculos sobre os prejuízos. O setor de transportes fluviais também ainda não começou a clamar por ajudas oficiais, como vêm fazendo os agricultores. Ninguém duvida, porém, que haverá conseqüências, também para o consumidor final, que acabará sentindo o efeito do encarecimento das mercadorias.