Sanções da UE incluem chefe das Forças Armadas e vice-premiê da Rússia
29 de abril de 2014A União Europeia divulgou nesta terça-feira (29/04) os nomes dos 15 russos afetados pela nova rodada de sanções, anunciada na véspera. Na lista, estão figuras de peso da política de Moscou, como o vice-primeiro-ministro Dmitry Nikolayevich e o chefe das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, responsável pelo envio de tropas à Crimeia.
Também está na lista a vice-presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento), Ludmila Ivanovna Shvetsova. As medidas deixaram de fora, porém, chefes das gigantes do setor de energia, como Igor Sechin, presidente da Rosneft, alvo das sanções anunciadas pelos Estados Unidos na segunda-feira.
As sanções foram criticadas nesta terça-feira por Moscou, que disse que a UE está sob "a liderança de Washington" e deveria se envergonhar por isso. Os 15 indivíduos que aparecem na lista europeia tiveram suas contas bancárias bloqueadas e seus vistos de ingresso no bloco suspensos.
"Em vez de forçar Kiev a sentar à mesa com o sudeste ucraniano para negociar o futuro do país, nossos parceiros estão seguindo o desejo de Washington, com novas ações hostis contra a Rússia", acusou, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores russo.
Kremlin: "Inaceitáveis"
Na segunda-feira, Washington igualmente estendeu suas medidas punitivas a mais sete representantes do governo russo, assim como a 17 companhias ligadas ao presidente Vladimir Putin. Além disso, não mais serão concedidas licenças para a exportação de determinados produtos de alta tecnologia passíveis de ser empregados pelas Forças Armadas da Rússia, e as licenças já emitidas ficam suspensas.
O Kremlin classificou as medidas como "inaceitáveis", acusando a Casa Branca de alienação. O principal consultor econômico do Kremlin, Andrei Belusov, comentou que elas terão pouco impacto sobre a economia, e que só aumentarão a determinação da Rússia e de seus aliados. Por sua vez, deputados republicanos americanos criticaram a punição como "branda demais", pressionando o governo Barack Obama a adotar ações mais drásticas.
A Rússia anexou a Crimeia depois que o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch foi deposto em fevereiro por manifestantes pró-Europa. Kiev e o Ocidente acusam Moscou de tentar empreender uma campanha pró-separatismo no leste da Ucrânia, o que o governo russo nega.
Segundo estimativas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Moscou já teria enviado cerca de 40 mil soldados para a fronteira ucraniana. Nesta terça-feira, ativistas pró-Rússia tomaram a sede do governo regional de Lugansk. Há várias semanas, eles já mantinham ocupada a sede regional do Serviço de Segurança ucraniano.
RPR/ rtr/ dpa/ efe