Rússia anuncia rendição total de combatentes em siderúrgica
21 de maio de 2022O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, anunciou nesta sexta-feira (20/05) a completa rendição da resistência ucraniana na usina siderúrgica da Azovstal, em Mariupol, após os últimos 531 combatentes que estavam no local se entregaram.
A fábrica de Azovstal era o último bastião da resistência ucraniana em Mariupol, cidade portuária sitiada por tropas russas desde os primeiros dias da invasão da Ucrânia pela Rússia. Agora, quando a guerra chega a seu 86º dia, Mariupol está completamente sob controle russo.
Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, entre os últimos soldados a se renderem estavam os comandantes do Batalhão Azov, regimento nacionalista que foi integrado ao exército da Ucrânia.
De acordo com Konashenkov, o comandante do Batalhão Azov foi retirado em um blindado. Embora o nome não tenha sido revelado, a expectativa é que se trate de Denis Prokorenko, que na manhã desta sexta-feira, em um vídeo, expressou confiança de que os integrantes da resistência em Azovstal fossem envolvidos em uma troca por prisioneiros de guerra russos.
Destino dos combatentes é incerto
Konashenkov também não deu detalhes sobre o destino dos combatentes ucranianos que estavam na usina siderúrgica.
Anteriormente, uma parte dos soldados de Azovstal havia sido levada para o território russo, enquanto outros para áreas controladas pelas milícias pró-russas que comandam a província de Donetsk.
Desde 16 de maio, um total de 2.439 soldados ucranianos depuseram suas armas, disse a Rússia, grande parte deles integrantes do Batalhão Azov. Os primeiros 264 soldados se renderam na segunda-feira, incluindo mais de 50 feridos graves.
Na manhã desta sexta, Choigu havia informado a retirada de 177 civis da siderúrgica, incluindo 85 mulheres e 47 menores de idade. Todos estavam abrigados nas instalações, que sofreu fortes ataques por semanas. A zona industrial estava bloqueada pelas tropas russas desde 21 de abril.
Mariupol foi completamente cercada por tropas russas no início de março e amplamente destruída nos intensos combates. Centenas de milhares de pessoas ficaram sitiadas na cidade, sem poder sair e sem receber auxílio humanitário, enfrentando falta de alimentos, medicamentos, água e aquecimento.
le (EFE, ots)