Rottweil, cidade de folia
17 de fevereiro de 2007A cidade mais antiga do Estado de Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, é conhecida no mundo inteiro pela raça de cachorro que leva seu nome. Poucos sabem, entretanto, de sua tradição carnavalesca.
Rottweil, localizada na margem Leste da Floresta Negra, entre Stuttgart e o Lago de Constança, foi elevada à categoria de cidade há mais de dois mil anos. Hoje, continua um lugarejo pacato, exceto em alguns dias do ano. O ponto alto da folia em Rottweil é na segunda-feira, dia do Narrensprung (Salto dos Foliões).
Diferentemente do Carnaval nas cidades à margem do Rio Reno (Colônia, Düsseldorf, Bonn e Mainz), o da região da Floresta Negra caracteriza-se por suas fantasias de bruxas, gritos e sinos, para espantar os maus espíritos e o frio do inverno. Uma personagem característica de Rottweil é o Federahannes, com sua fantasia lembrando a incorporação do diabo.Também fazem parte do ritual as ricas máscaras em madeira, esculpidas e pintadas a mão.
Foliões ditam as regras
O ponto alto da festa é o Fasnet, a Fastnacht alemânica. Na realidade, ela começa já no dia 6 de janeiro, quando os "Abstauber" de paletós pretos (limpadores de pó) desfilam pela cidade e preparam as fantasias e máscaras para a grande festa. A partir da Schmotziger Donnerstag (Quinta-Feira Gorda), os carnavalescos podem então extravasar sua alegria pelas ruas e bares da cidade.
Na manhã do domingo, acontece a "proclamação", quando o Mestre dos Foliões (Narrenmeister) recebe do prefeito o comando da cidade. Este "mandato" vai até a Quarta-Feira de Cinzas. O início dos festejos na Segunda-Feira das Rosas (Rosenmontag) é anunciado pontualmente às 8 horas da manhã, no Schwarzer Tor (portal na cidade). O toque do sino marca o início da folia, nas históricas ruelas de Rottweil.
Voltando ao cão Rottweiler, a origem desta raça está diretamente ligada à cidade, que foi um importante centro de comércio de gado no século 19. Para proteger os rebanhos, os criadores necessitavam de cães inteligentes, calmos e resistentes. Principalmente os açougueiros dispunham de cachorros desta raça, com os quais se deslocavam em todas as direções, disseminando a raça na Europa. (rw)