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Expansão para o Leste

Eberhard Nembach (sm)31 de dezembro de 2006

A Romênia e a Bulgária se tornam membros da União Européia a partir de 1º de janeiro de 2007. Este é um passo histórico para ambos os países, embora ainda haja inúmeros problemas a serem enfrentados.

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Romenos e búlgaros sempre se sentiram europeusFoto: AP Graphics

Para a população jovem urbana, que poderá ir estudar ou trabalhar com maior facilidade em outros países europeus, o ingresso de seus países na União Européia é motivo de comemoração. Mas para a população rural, a situação é bem diferente.

Rumänien Landwirtschaft Melonenverkauf am Straßenrand
Pequenos agricultores vendem melão numa estrada na RomêniaFoto: dpa

Cerca de três mil pequenos agricultores não vão sobreviver à acirrada concorrência européia. Por sorte, a maior parte deles já tem idade para se aposentar em breve. E o restante poderia ter chances de arrendar suas terras a agricultores maiores.

Países "sob observação"

Mas até quem cultiva áreas mais extensas e tem maiores chances de sobrevivência está inseguro. Os agricultores ainda não sabem direito como serão distribuídos os subsídios agrícolas europeus e não conhecem as rigorosas determinações da UE.

A Romênia e a Bulgária possivelmente ainda não têm condições de distribuir de forma sensata e confiável as subvenções européias. Pelo menos esta é a visão das autoridades em Bruxelas. Neste sentido, ambos os países ainda permanecerão "sob observação" após o ingresso.

Pobreza entre minorias étnicas

Kinderarbeit in Rumänien
Trabalho infantil entre crianças de rua romanisFoto: AP

Com a entrada dos búlgaros e romenos, a União Européia também receberá três milhões de romanis, uma minoria étnica em grande parte bastante pobre. Entre os romanis, uma etnia originalmente nômade, ainda é propagado o hábito de mandar as crianças trabalhar em vez de escolarizá-las.

Desde o fim do bloco socialista, nem todos os romanis búlgaros têm acesso ao sistema de saúde. Para agravar ainda mais a situação, o partido extremista de direita Ataka conseguiu ingressar no Parlamento búlgaro às custas de slogans racistas contra os "ciganos".

Severa lei anticorrupção e máfias fora de controle

A corrupção também é um dos maiores motivos de crítica européia contra a Bulgária. Mas neste ponto, o país já fez grandes progressos, criando uma das mais rigorosas legislações anticorrupção da Europa. A ministra búlgara da Justiça, Monica Macovei, está no encalço de políticos de destaque. Um exemplo é o ex-premiê Adrian Nastase, processado por suborno.

Difícil de combater, no entanto, é a corrupção que faz parte do cotidiano búlgaro, como as práticas de suborno entre médicos ou funcionários públicos. Entre os espetaculares assassinatos de pessoas juradas de morte, nenhum caso foi solucionado até agora. Há anos, gangues da máfia búlgara mantêm uma guerra aberta nas ruas. Este é um tema bastante polêmico em Bruxelas.

Sentimento europeu

Apesar de todos os problemas, a Romênia e a Bulgária são países empenhados em se aproximar dos parâmetros da UE e, sobretudo, países onde as empresas alemãs investem muito dinheiro.

Bulgarien EU Beitritt Sofia Weihnachten mit Zähler
Na Bulgária, contagem regressiva até o momento de ingresso na UEFoto: AP

Para os romenos e búlgaros, que sempre se sentiram europeus, o ingresso na UE é uma coisa natural. Com seus sete milhões de habitantes, a Bulgária terá menos peso dentro da comunidade do que a Romênia, um país três vezes maior que passará a ter a responsabilidade de vigiar a mais extensa fronteira leste da comunidade.