Robinho é condenado à prisão por violência sexual na Itália
24 de novembro de 2017A Justiça da Itália condenou nesta quinta-feira (23/11) o jogador de futebol Robinho a nove anos de prisão, por envolvimento num caso de violência sexual ocorrido em Milão em janeiro de 2013, durante sua passagem pelo clube italiano Milan. O atacante nega as acusações.
Segundo a sentença, proferida pela juíza Mariolina Panasiti, da nona seção penal do Tribunal de Milão, o brasileiro participou, junto com outras cinco pessoas, de um estupro coletivo contra uma jovem albanesa dentro de uma boate na capital da Lombardia. Ela tinha 22 anos na época.
O Ministério Público italiano havia pedido, inicialmente, que Robinho fosse condenado a dez anos de prisão, mas a magistrada, que julgou o caso em primeira instância, reduziu para nove. A vítima ainda deve ser indenizada em 60 mil euros (cerca de 230 mil reais).
Segundo a imprensa italiana, um amigo do atacante também acabou sentenciado em nove anos. O processo contra outros quatro envolvidos está em espera, porque eles não foram identificados.
Em seu depoimento durante o julgamento em Milão, a jovem afirmou que conhecia o jogador e alguns amigos dele, e que esteve na noite de 22 de janeiro de 2013 com o grupo e mais duas amigas na casa noturna Sio Café, no norte da cidade italiana.
Depois que as amigas foram embora, o brasileiro e os amigos dele, segundo a vítima, deram a ela uma bebida que a deixou inconsciente, sem poder oferecer resistência à violência sexual.
Na sentença, a juíza afirma que os envolvidos "abusaram das condições de inferioridade psíquica e física da pessoa agredida, que havia ingerido substâncias alcoólicas, com meios insidiosos e fraudulentos, de forma que bebeu até ficar inconsciente e sem condições de se defender".
Robinho não esteve presente pessoalmente no julgamento, mas se declarou inocente das acusações por meio de seu advogado. Segundo a imprensa local, o veredito foi posto em espera até que todo o processo seja concluído, incluindo eventuais recursos. Até lá, a sentença não será aplicada.
Após a decisão, o jogador divulgou uma nota de esclarecimento em suas redes sociais. "Sobre a notícia envolvendo o atacante Robinho, em um fato ocorrido há alguns anos, esclarecemos que ele já se defendeu das acusações, afirmando não ter qualquer participação no episódio", diz o texto.
O comunicado afirma ainda que "todas as providências legais já estão sendo tomadas acerca desta decisão em primeira instância". O Atlético Mineiro, clube em que o atacante joga atualmente, declarou que não vai se posicionar sobre o assunto.
Robinho deixou o Milan em 2015, após cinco anos. Quando a imprensa italiana divulgou que o caso de violência sexual estava sendo investigado, ele já estava de volta ao Brasil, defendendo o Santos. Mais tarde, jogou na China, antes de chegar ao Atlético Mineiro, em fevereiro de 2016.
Em 2009, o jogador sofreu uma acusação semelhante no Reino Unido, quando defendia o Manchester City. O caso, um crime sexual que teria ocorrido em uma boate na cidade de Leeds, não deu em nada, mas chegou a levar, na época, à prisão de Robinho, que foi liberado após pagar fiança.
EK/ap/dpa/efe/rtr/ots
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