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Revolta contra a morte de turistas

Paulo Chagas29 de novembro de 2002

Um grupo até agora desconhecido, o Exército da Palestina, reivindicou os dois atentados anti-israelenses cometidos nesta quinta-feira (28/11) no Quênia.

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Membros da Cruz Vermelha removem os corpos após o atentado em MombaçaFoto: AP

Três turistas israelenses e nove empregados quenianos do hotel foram mortos. No momento da explosão, havia 140 hóspedes no hotel. O número de feridos atinge 80, segundo o embaixador do Quênia em Israel.

Pouco antes deste atentado, dois mísseis haviam sido disparados contra um avião charter israelense que havia decolado do aeroporto de Mombaça, sem entretanto atingi-lo. Segundo o piloto, os mísseis passaram a poucos metros do Boeing 757, que transportava 264 passageiros e 11 tripulantes.

Reações

Em Israel, o nota do grupo Exército da Palestina foi recebida com ceticismo. Os peritos internacionais em terrorismo e o serviço secreto israelense acreditam que a rede Al Qaeda esteja por trás dos ataques. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu qualificou o duplo ataque de "escalação do terrorismo internacional".

Em Washington, o porta-voz do presidente George W. Bush estimou que ainda "é cedo" para dizer que se trata de uma ação da Al Qaeda. O governo americano suspeita que esta organização tenha organizado os atentados suicidas de 11 de setembro de 2001 e os ataques contra a embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e Tanzânia em 1998, que fizeram mais de 224 mortos e 1000 feridos.

Morte de inocentes

O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, sintetizou o sentimento provocado pelo atentado: "Estamos revoltados contra este ataque brutal e mortal contra turistas", disse Fischer em Berlim. Esta morte de inocentes é uma tentativa de provocar uma escalação no Oriente Médio, afirmou o ministro alemão.

O ministro do Interior, Otto Schily, afirmou que o atentado em Mombaça prova que se deve levar a sério as ameaças da rede terrorista internacional. Mas é impossível garantir a segurança em todos os lugares, acrescentou. Segundo Schily, a segurança dos aeroportos alemães foi reforçada, e eles são bem mais seguros que os grandes aeroportos em outras partes do mundo.

Nenhuma ameaça ao turismo

A empresa alemã TUI, líder mundial do setor de turismo que tem atualmente 300 clientes no Quênia, assegurou que não irá suspender nenhum vôo programado para aquele país. O Quênia é um dos países africanos mais visitados por turistas europeus.

A TUI não acredita que os atentados tenham conseqüências negativas para o turismo europeu. Mesmo os atentados contra a ilha indonésia de Bali, em meados de outubro, não prejudicaram os negócios das agências de turismo européias como se havia temido.

O presidente da TUI, Michael Frenzel, afirmou que a questão do terrorismo já se incorporou à realidade. As pessoas, segundo ele, aprendem a lidar de forma realista com os possíveis perigos de uma viagem de turismo. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, as empresas internacionais de turismo aprenderam a reconhecer previamente o potencial de risco dos locais turísticos.