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SaúdeRepública Democrática do Congo

República Democrática do Congo confirma nova morte por ebola

23 de abril de 2022

Caso ocorre apenas quatro meses depois de fim do último surto, em dezembro de 2021. Autoridades buscam agora cerca de 30 pessoas que tiveram contato com o paciente infectado.

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Homem desinfeta um local. Ele usa roupa especial e máscara. Outro homem, de máscara e luvas, observa
Em 2021, ebola também foi registrado na Costa do MarfimFoto: Sia Kambou/AFP/Getty Images

As autoridades da República Democrática do Congo (RDC) confirmaram neste sábado (23/04) um novo caso de ebola, apenas quatro meses após o fim do último surto no país. O caso foi relatado na cidade de Mbandaka, capital da província de Équateur, no norte do país.

"Depois de analisar amostras de um paciente com sintomas, o Instituto Nacional de Pesquisa Biológica confirmou esta manhã que se tratava de ebola", disse o coordenador de programas contra esta doença na RDC, Steave Ahuka.

"Estamos testemunhando um novo ressurgimento do ebola na província de Équateur", acrescentou.

No entanto, Ahuka pediu à população que não entre em pânico, pois as autoridades congolesas enviaram imediatamente uma equipe de especialistas para a área para gerenciar o surto.

Na quinta-feira, o paciente infectado, um homem de 31 anos, morreu após  sangrar persistentemente enquanto era tratado no hospital geral de referência de Wangata, em Mbandaka.

O homem apresentava alguns sintomas da doença, como fortes dores de cabeça e febre, desde o último dia 5 de abril, mas, apesar dos tratamentos médicos que recebeu desde então, sua situação não melhorou.

Agora, as autoridades procuram cerca de 30 pessoas que tiveram contato direto com o paciente desde que ele começou a apresentar os primeiros sintomas.

"O tempo não está do nosso lado", disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África. "A doença teve um avanço de duas semanas e agora estamos tentando recuperar o atraso", acrescentou.

Campanha de vacinação

A OMS informou que os esforços para conter a doença já estão em andamento em Mbandaka, e que uma campanha de vacinação terá início nos próximos dias. O objetivo é imunizar todas as pessoas que entraram em contato com o paciente que morreu.

Moeti expressou otimismo em conter o surto. "Muitas pessoas de Mbandaka já estão vacinadas contra o ebola , o que deve diminuir os efeitos", disse.

Este foi o primeiro caso de ebola registrado na RDC desde que a OMS anunciou em 16 de dezembro de 2021 o fim do 13º e até então último surto da doença no país, que deixou 11 casos e seis mortes na província de Kivu do Norte.

De 2018 a 2020, o nordeste da RDC - as províncias de Kivu do Sul, Kivu do Norte e Ituri - teve seu pior surto de ebola, com pelo menos 2.299 mortes, segundo os dados mais recentes da OMS.

De 2014 a 2016, a doença causou a morte de cerca de 11.300 pessoas na África Ocidental - Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -, embora a OMS alerte que esses números podem ser muito maiores.

O que é ebola

Ebola é uma doença zoonótica que passa para humanos a partir de animais infectados - como morcegos frugívoros, chimpanzés e antílopes - por meio do contato direto com fluidos corporais, órgãos e sangue, ou indiretamente por contato com áreas contaminadas. Estudos demonstraram que algumas espécies de morcegos frugívoros, em particular, podem abrigar o ebola.

Pessoas infectadas podem apresentar febre, dores musculares, dor de garganta, diarreia, vômitos e sangramento tanto interna quanto externamente. Elas geralmente morrem de desidratação ou falência múltipla de órgãos. A doença é altamente contagiosa e tem uma alta taxa de mortalidade - mas, ao contrário da covid-19, os pacientes apresentam sintomas explícitos e imediatos que tornam a doença muito mais fácil de rastrear.

O vírus do ebola foi identificado pela primeira vez em em 1976 no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo.

le (EFE, Reuters, KNA)