Relatório diz que segurança do consulado dos EUA em Bengasi era falha
19 de dezembro de 2012Um aguardado relatório independente sobre o ataque ao consulado norte-americano em Bengasi, divulgado na noite desta terça-feira (18/12), afirma que o sistema de segurança do local era "grosseiramente inadequado", uma dura crítica ao Departamento de Estado dos EUA.
"Falhas sistêmicas e deficiências de liderança e gestão em níveis superiores dentro de dois escritórios do Departamento de Estado" resultaram numa segurança "inadequada para Bengasi e grosseiramente inadequada para lidar com o ataque ocorrido", afirma um dos trechos do relatório, que foi apenas em parte liberado para o público.
O documento critica ainda a "falta de pessoal experiente e credenciado" para garantir a segurança do consulado, que estava protegido basicamente por "milícias locais".
A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, afirmou que aceita cada uma das 29 recomendações feitas no inquérito sobre o ataque ao consulado dos Estados Unidos na cidade libanesa. Quatro cidadãos americanos morreram, entre eles o embaixador Chris Stevens. Segundo Clinton, o relatório apresenta "uma visão clara dos graves e sistêmicos desafios que já começamos a resolver".
A chefe da diplomacia norte-americana disse que estão sendo tomadas medidas para corrigir as deficiências na proteção das missões diplomáticas dos Estados Unidos. Existe um plano que prevê gastos de 1,3 milhão de dólares para o deslocamento de mais militares e para melhoria de instalações.
A investigação indica que o Departamento de Estado ignorou os pedidos de funcionários da embaixada em Trípoli, para que a segurança do consulado em Bengasi fosse alvo de melhorias.
O relatório também afirma que é disponibilizada apenas uma parte muito pequena da despesa nacional para a segurança e advertiu que o Congresso deve fazer sua parte para enfrentar este desafio.
Num outro trecho, o documento afirma que o ataque não foi precedido por protestos em frente ao consulado contra o filme que ridiculariza o profeta Maomé, como foi noticiado pela imprensa. Segundo o documento, tratou-se de um atentado cometido por alegados terroristas.
CHN/afp/lusa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler