Poucos pensadores polarizaram e mudaram o mundo de forma tão intensa como Karl Marx. Suas ideias foram recebidas com entusiasmo por uns, tratadas com desprezo por outros e pervertidas por ditaduras.
Marx conhecia de perto a luta cotidiana pela sobrevivência e via a exploração dos trabalhadores por parte de industriais gananciosos. Ainda hoje, as pessoas trabalham muito e recebem pouco, muitos têm mais de um emprego. E isso não só em países em desenvolvimento, como também na Europa. Uma situação que piorou após a crise financeira em 2008-2009. De acordo com a pesquisadora Lucia Pradella, "a crise levou ao aumento da exploração. Porque um dos efeitos da crise não foi apenas o corte nos serviços sociais, a redução dos salários e assim por diante, mas também o aumento das horas de trabalho. O número de pessoas que trabalham mais de 48 horas por semana aumentou alguns milhões após a crise.”
Nina Power, renomada teórica social e filósofa que estuda o marxismo e a causa feminista, opina sobre o que Marx teria dito sobre a disparidade salarial e a desigualdade entre homens e mulheres. "O patriarcado e o capitalismo combinam muito, eles se amam. Na verdade, o que o capitalismo faz - com ajuda do patriarcado e da religião - é reforçar as diferenças entre homens e mulheres. E tratar as mulheres como propriedade com base na capacidade de reprodução. Tanto Marx quanto Engels perceberam isso", comenta.