Quem ainda segue na prisão pela Lava Jato?
25 de janeiro de 2017A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba divulgou nesta quarta-feira (25/1) um balanço das prisões preventivas realizadas nos quase três anos de operação.
O número de presos sofreu algumas alterações nos últimos meses. Em novembro, por exemplo, o juiz Sérgio Moro revogou a prisão do empresário Mariano Marcondes Ferraz. Antes disso, já havia revogado em questão de horas a prisão do ex-ministro Guido Mantega.
Em outros casos, vários condenados conseguiram o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar e passaram a usar tornozeleiras eletrônicas. Outros aguardam o resultado de recursos em liberdade.
Veja as principais figuras detidas pela Lava Jato que seguem na prisão. A maioria está no Complexo Médico-Penal de Pinhais (PR) e na Carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
José Dirceu
Ex-deputado federal, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula e homem-forte do PT, José Dirceu foi preso pela Lava Jato em agosto de 2015. Em maio do ano seguinte, foi condenado a 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa – foi a maior pena já arbitrada pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Lava Jato. Em outubro, o ministro Teori Zavascki, do Supremo, negou pedido para revogar a prisão preventiva. Dirceu segue preso no CMP de Pinhais.
Eduardo Cunha
Ex-presidente da Câmara Federal e articulador do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, foi preso em outubro de 2016. O Ministério Público pediu sua prisão apontando que o ex-deputado poderia atrapalhar o andamento dos processos da Lava Jato e fugir do país. Em dezembro, Teori negou pedido para revogar sua prisão. Ele também segue preso no CMP.
André Vargas
Ex-deputado pelo PT, foi preso em abril de 2015. Já foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em agosto, o ministro Teori negou pedido para revogar a prisão preventiva argumentando que havia risco de Vargas voltar a cometer crimes.
Antônio Palocci
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Palocci foi preso pela Lava Jato em setembro de 2016. Ainda não foi condenado e no momento é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sérgio Cabral
Ex-governador do Rio de Janeiro, foi preso em novembro de 2016 junto com ex-secretários da sua administração. É acusado de liderar um grupo que desviou mais de 220 milhões em contratos com diversas empreiteiras para obras no Estado. Cabral segue preso no Complexo Penitenciário Bangu 8. Em dezembro, se tornou réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
João Cláudio Genu
Ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP), foi preso preventivamente em maio de 2016. Foi condenado a oito anos e oito meses de prisão em dezembro por corrupção passiva e associação criminosa. Em 12 de janeiro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido para que sua prisão fosse revogada.
Luiz Argôlo
Ex-deputado federal e antigo quadro do Solidariedade, Argôlo foi preso em abril de 2015. Na prisão, fez a prova do Enem e conquistou em 2016 uma vaga no curso de matemática da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Foi condenado a 11 anos e 11 meses de reclusão e, em agosto, teve um pedido de revogação da prisão negado pelo STF.
João Vaccari Neto
Ex-tesoureiro do PT, foi preso em abril de 2015. Foi condenado em setembro daquele ano a uma pena de 15 anos prisão. No ano seguinte, nova condenação, desta vez a nove anos de prisão.
Gim Argello
Ex-senador pelo PTB, foi preso em abril de 2016. Em outubro, foi condenado a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação. Em novembro, o ministro Teori Zavascki negou a revogação da prisão argumentando que havia risco de ele voltar a praticar crimes.
Jorge Zelada
Ex-diretor da área internacional da Petrobras, como sucessor de Nestor Cerveró, foi preso em julho de 2015. Foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão o por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 2016, a Justiça Federal negou dois pedidos para revogar sua prisão preventiva.
Marcelo Odebrecht
Ex-presidente do Grupo Odebrecht e nono homem mais rico do Brasil, Marcelo foi preso em junho de 2015. Foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão, mas a pena deve ser reduzida quando os acordos de delação do empreiteiro de executivos do grupo forem homologados. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o acordo prevê que ele deve sair da prisao em dezembro.
Pedro Corrêa
Ex-deputado pelo PP, foi preso em abril de 2015, quando cumpria pena em regime semiaberto por seu envolvimento no Mensalão. Foi condenado a 20 anos e sete meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Renato Duque
Ex-diretor de serviços da Petrobras, foi preso em novembro de 2014, mas foi solto 19 dias depois por ordem de Teori Zavascki, o que gerou conflito entre o ministro e a força-tarefa da Lava Jato. Voltou a ser preso em março de 2015. Teve diversos pedidos para revogar sua prisão negados pelo STF e tribunais inferiores. Foi condenado em ocasioes separadas a penas que somam 41 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Léo Pinheiro
Ex-presidente da empreiteira OAS, foi preso pela primeira vez em novembro de 2014. Foi solto em junho de 2016 e preso novamente em setembro. Já foi condenado a 26 anos de prisão.
Paulo Ferreira
Ex-tesoureiro do PT, foi preso pela Lava Jato em junho de 2016. Em dezembro, o juiz Sérgio Moro determinou que ele fosse solto após o pagamento de uma fiança de 1 milhão de reais, posteriormente reduzida para 200 mil reais. Ferreira ainda não conseguiu juntar a quantia e segue preso.
Outros
Entre outros que seguem presos estão Adir Assad, José Augusto Rezende Henriques, Eduardo Aparecido Meira, Flávio Henrique Macedo, Rodrigo Tacla Duran, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e Carlos Emanuel Miranda.