"Que haja uma corrida armamentista", diz Trump
23 de dezembro de 2016Ao ser questionado sobre uma postagem no Twitter na qual defendeu a expansão do arsenal nuclear americano, o presidente eleito dos EUA afirmou nesta sexta-feira (23/12) que se fosse preciso os Estados Unidos fariam uma corrida armamentista.
"Deixe que haja uma corrida armamentista. Vamos derrotá-los em todas as etapas e vamos superar a todos", teria dito Trump à jornalista Mika Brzezinski, da emissora americana MSNBC, numa conversa por telefone.
Logo depois, o porta-voz de Trump, Sean Spicer, esclareceu as declarações e destacou que não haverá uma corrida armamentista, porque o presidente eleito asseguraria que os outros países que pretendem expandir seus arsenais nucleares, como Rússia e China, não o fariam.
"Ele vai garantir que os outros países recebam a mensagem que ele não ficará apenas olhando e permitindo isso", ressaltou Spicer, futuro porta-voz da Casa Branca, à emissora NBC.
Sobre a declaração do presidente eleito à MSNBC, Spicer disse apenas que se tratava de uma conversa privada. "Trump fará o que for preciso para proteger o país, e se outro país ou países quiserem ameaçar a nossa segurança e a nossa soberania, ele fará o que for necessário", acrescentou.
Questionado sobre se isso quer dizer que Trump admite o uso do arsenal nuclear, Spicer respondeu: "Não, [isso quer dizer que] ele não descarta qualquer eventualidade."
O presidente americano eleito expressou, numa publicação em sua conta no Twitter, nesta quinta-feira, o desejo de fortalecer e expandir a capacidade nuclear dos Estados Unidos. A declaração foi feita após o presidente russo, Vladimir Putin, defender o reforço do arsenal nuclear de Moscou.
Além dos EUA, com base no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, apenas outros quatros países têm permissão para possuir um arsenal nuclear: Rússia, Reino Unido, França e China.
A organização Associação de Controle de Armas estima que a Rússia possua 7.300 ogivas nucleares, contra as cerca de 7.100 dos Estados Unidos. A França teria 300 ogivas, a China, 260, e o Reino Unido, 215. Além desses países, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte também possuiriam bombas atômicas.
CN/rtr/lusa/afp