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Putin: Interferência na Ucrânia terá resposta "como um raio"

27 de abril de 2022

Em discurso a deputados em São Petersburgo, presidente russo ameaçou países que intervierem na invasão à Ucrânia. Ele disse que a Rússia utilizará, de forma imediata, o que tem de mais moderno em termos de armamentos.

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O presidente russo Vladimir Putin entra em uma sala que tem a porta dourada ao fundo. Ele veste terno e gravata azul-marinho, e camisa branca. Olha na direção da câmera. À esquerda na imagem, um militar bate continência para o líder da Rússia.
Putin ameaça países que intervierem na invasão à Ucrânia: "Já tomamos todas as decisões em relação a isso".Foto: Alexander Zemlianichenko/AP/picture alliance

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que a interferência de outros países no que Moscou chama de "operação militar especial", na Ucrânia, será respondida pela Rússia militarmente e de maneira imediata. A ameaça ocorreu durante um discurso de Putin a deputados na cidade de São Petersburgo nesta quarta-feira (27/04).

"Caso alguém proponha intervir na situação atual [na Ucrânia] e crie ameaças estratégicas inaceitáveis para nós, ele deve estar ciente de que a nossa resposta… será rápida como um raio", declarou Putin, enfatizando que os militares russos não hesitariam em fazer uso dos armamentos mais modernos de que o país dispõe.

"Temos todas as ferramentas para isso – e que ninguém pode se vangloriar de ter. Não vamos [apenas] nos vangloriar. Vamos usá-las, se necessário. E quero que todos saibam disso. Já tomamos todas as decisões em relação a isso", complementou o presidente russo.

Em meio à invasão da Ucrânia, que começou no dia 24 de fevereiro, Putin tem frequentemente citado o desenvolvimento de armamentos modernos por parte da Rússia, incluindo mísseis hipersônicos e o novo míssil balístico intercontinental Sarmat, que foi testado no início deste mês.

O anúncio de Putin ocorre dois dias após os secretários de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e de Estado, Antony Blinken, terem visitado o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev.

Após a visita, Austin e Blinken anunciaram 713 milhões de dólares adicionais em ajuda militar à Ucrânia, incluindo cerca de 300 milhões de dólares para permitir que o país compre armas.

Blindados alemães e corte de gás

Nesta terça-feira, a Alemanha confirmou que irá aprovar o fornecimento de 50 blindados de combate antiaéreo do tipo Gepard à Ucrânia, em mais uma reviravolta na abordagem da Alemanha em relação à guerra no Leste Europeu.

Os blindados deverão vir dos estoques da empresa de armamento Krauss-Maffei Wegmann (KMW). Originalmente, o Gepard foi desenvolvido para fornecer à Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) proteção contra aeronaves de voo baixo e helicópteros de combate, além de também poder ser usado contra alvos em solo.

A declaração de Putin ocorre concomitantemente ao anúncio da Rússia de que o país iria interromper o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária a partir desta quarta-feira. Os dois países, assim como outros da União Europeia, recusaram-se a pagar em rublos pelo gás natural, uma exigência de Moscou para estabilizar e impulsionar sua moeda diante das sanções do Ocidente.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu com indignação o anúncio de que a Rússia interromperia o fornecimento de gás natural para os dois países, ambos membros da UE, mas garantiu que o bloco já está preparado para eventuais cortes e planeja uma resposta "coordenada".

gb (AFP, ots)