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Conflito

Agências (sv)12 de setembro de 2008

Mais de 40 mil pessoas foram às ruas de Wolfsburg em defesa da lei que dá ao estado da Baixa Saxônia, acionário público do grupo, direito de veto no conselho administrativo.

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Milhares de funcionários: manifestação em defesa de lei que garante direitosFoto: AP

Os protestos desta sexta-feira (12/09) foram os maiores da história da Volkswagen. Segundo informações da central sindical IG Metall, estiveram reunidos em Wolfsburg, sede do grupo, mais de 40 mil funcionários, unidos em defesa da polêmica "lei da Volkswagen".

Tanto a Comissão Européia em Bruxelas, quanto a montadora Porsche, que em breve será acionaista majoritária da Volkswagen, pretendem acabar com a regulamentação que dá ao estado da Baixa Saxônia – acionista público de 20% das ações da Volks – direito de veto em questões decisivas para o grupo.

Porsche e Piëch: briga de família

VW Hauptversammlung Ferdinand Piech
Ferdinand Piëch, presidente do conselho administrativo: ausência e abstençãoFoto: AP
As turbulências no conselho administrativo da Volkswagen foram agravadas nesta sexta pelo patriarca e presidente do conselho administrativo, Ferdinand Piëch, que se absteve de uma votação, se posicionando, desta forma, contra a Porsche (da qual ele próprio é um dos proprietários).

Com a abstenção, Piëch liberou o caminho para a aceitação do requerimento do presidente do conselho de empresa (que representa os direitos dos funcionários) da Volkswagen, segundo o qual qualquer cooperação futura entre a Audi e a Porsche terá que receber o aval do conselho administrativo da Volks.

Wolfgang Porsche afirmou estar "horrorizado" com a postura de seu primo Piëch, que não esteve presente à reunião do conselho administrativo da Volkswagen, abstendo-se da votação e enviando seu voto por escrito. A ausência de Piëch fez com que o requerimento dos funcionários fosse aceito por dez votos a nove. Caso ele estivesse presente e votado contra, como possui direito de voto duplo na função de presidente do conselho administrativo, o pedido não teria sido aceito.

Mais e não menos democracia

Deutschland Volkswagen Demonstration gegen EU in Wolfsburg
Conselho que representa direitos dos funionários na gestão da empresa: não à eliminação da leiFoto: AP

O presidente da central sindical IG Metall, Berthold Huber, defendeu durante os protestos em Wolfsburg a "lei VW": "Na era da globalização e do capitalismo de mercados financeiros, precisamos de mais democracia e não de menos. Queremos participar ativamente das principais decisões da empresa". Segundo os funcionários, a legislação protege a montadora de incorporações hostis aos empregados e garante empregos.

Sem a lei de proteção, o caminho estaria livre para a Porsche dominar a Volkswagen, acredita Huber. "O conselho administrativo e a direção da Volks seriam meras marionetes nas mãos da direção da Porsche", diz ele. Também o presidente da central sindical DGB, Michael Sommer, se posicionou em prol da regulamentação. "A lei tem que continuar a existir, para que a Volkswagen continue existindo", afirmou.

Problema de longa data

O conflito que se arrasta por anos a respeito da regulamentação especial dentro da Volkswagen atingiu nesta semana seu ápice, quando o comissário da União Européia, Charlie McCreevy, anunciou que pretende, levar a questão à Corte Européia de Justiça.

O governador da Baixa Saxônia, Christian Wulff, por sua vez, atacou abertamente o comissário McCreevy em entrevista à cadeia de televisão ZDF. Segundo Wulff, os comissários da UE precisam aceitar que há "algumas leis" sobre as quais Bruxelas não pode decidir.