Professor é decapitado nos arredores de Paris
16 de outubro de 2020Um homem foi decapitado nesta sexta-feira (16/10) em um subúrbio a noroeste de Paris, segundo informou a imprensa. O agressor foi morto a tiros pela polícia.
A polícia foi acionada por volta das 17h (12h em Brasília), depois de receber uma ligação alertando sobre a presença de um homem suspeito portando uma faca nas ruas da cidade de Eragny, nos arredores da capital francesa.
De acordo com o jornal Le Figaro, policiais pediram para que ele largasse a arma, mas o suspeito "reagiu de maneira agressiva e ameaçadora", e acabou sendo baleado.
Um perímetro de segurança chegou a ser estabelecido em volta do corpo, e o esquadrão antibomba foi acionado por temor de que o homem estaria usando um colete explosivo.
Pouco depois, policiais encontraram o corpo de um homem decapitado a 200 metros de onde o agressor foi morto, próximo de uma escola na cidade vizinha de Conflans-Saint-Honorine.
Segundo declarou uma fonte da polícia à imprensa francesa, a vítima se chamava Samuel P., um professor de história que mostrou caricaturas de Maomé para alunos, como parte de um debate sobre liberdade de expressão em classe.
Já o agressor, segundo o jornal Le Parisien, seria um homem de origem argelina, nascido em 1972. Uma testemunha do crime disse à agência AFP que ouviu o suspeito gritar "Allahu Akbar" ("Alá é maior").
Diante desse elementos, a seção antiterrorismo do Ministério Público francês abriu uma investigação por "assassinato em conexão com motivação terrorista" e "associação criminosa terrorista". A Subdireção Antiterrorismo (SDAT) da polícia e a Direção-Geral de Segurança Interna também foram acionadas.
Depois do ataque, o presidente francês Emmanuel Macron disse que o professor foi vítima de um "atentado terrorista islâmico".
Um dos nossos concidadãos foi assassinado porque ensinou, ensinou aos seus alunos a liberdade de expressão, sobre crer ou não crer", disse.
O caso ocorre três semanas depois de um ataque à antiga redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris. Em 26 de setembro, um muçulmano de origem paquistanesa feriu duas pessoas nos arredores do local onde ficava a redação. À polícia, ele disse que estava furioso com as caricaturas de Maomé que o jornal publicou, algo considerado uma blasfêmia por islâmicos radicais.
Em 2015, o local foi palco de uma chacina executada por terroristas islâmicos que deixou 12 mortos. Eles também alegaram que conduziram o ataque terrorista por causa das caricaturas.
JPS/ots