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Procuradoria de Nova York processa Trump e filhos por fraude

21 de setembro de 2022

Acusação aponta "numerosos" atos fraudulentos cometidos num período de 10 anos pelo ex-presidente, três de seus filhos e altos funcionários da Trump Organization. Republicano se diz vítima de "nova caça às bruxas".

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Eric, Donald Jr., Donald Trump e Ivanka
Eric, Donald Jr. e Ivanka com Donald Trump: acusações envolvem período que vai de 2011 a 2021Foto: Mark Lennihan/AP Photo/picture alliance

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, anunciou nesta quarta-feira (21/09) que entrou com uma ação civil contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e três de seus filhos – Donald Jr, Eric e Ivanka – e sua empresa, a Trump Organization, por "numerosos" atos fraudulentos.

"Com a ajuda de seus filhos e altos executivos da Trump Organization, Donald Trump inflou falsamente seu patrimônio líquido em bilhões de dólares para enriquecer injustamente e enganar o sistema", disse James.

O objetivo, segundo ela, era inflar a imagem de bilionário de Trump superestimando os valores de seus ativos para obter empréstimos favoráveis e subestimá-os para incentivos fiscais. "Afirmar que você tem o dinheiro que não tem não é a arte do negócio. É a arte do roubo", acrescentou a procuradora.

A promotora afirmou no Twitter que Trump cometeu "fraude fiscal" entre 2011 e 2021 e que o Estado americano pede uma compensação de 250 milhões de dólares. O processo também visa impedir que Trump e seus filhos administrem as empresas em Nova York e que a Trump Organization se envolva em transações imobiliárias nos próximos cinco anos.

A investigação civil de James é separada de uma investigação criminal de fraude fiscal contra a Trump Organization pelo promotor público de Manhattan, Alvin Bragg, que deve ir a julgamento em outubro.

Três anos de investigação

As alegações, que James levou à Suprema Corte estadual, são o resultado de uma extensa investigação civil que se arrastou por três anos, com uma batalha jurídica na qual Trump tentou dificultar e atrasar intimações para depoimentos ou entrega de documentos.

O negócio familiar do ex-presidente supostamente induziu bancos a lhe emprestar dinheiro em condições mais favoráveis do que ele teria conseguido e seguradoras a lhe dar mais cobertura por prêmios mais baixos, além de tirar vantagens fiscais, de acordo com a acusação.

No início de agosto, Trump compareceu perante a promotora para depor por ordem de um juiz, mas invocou a Quinta Emenda à Constituição, que permite que um réu investigado permaneça em silêncio para evitar incriminar a si mesmo.

Além de apresentar o processo judicial, a promotora recomendou a abertura de ações criminais ao Departamento de Justiça e ao serviço federal de arrecadação de impostos, o que parece lançar uma sombra sobre as perspectivas de um retorno político de Trump a dois anos das próximas eleições presidenciais.

Trump reagiu ao anúncio do processo afirmando ser vítima de uma "nova caça às bruxas". "Outra caça às bruxas de uma procuradora-geral racista, Letitia James, que não conseguiu concorrer a governadora e quase não obteve apoio do público", acusou Trump em sua rede Truth Social. 

md/lf (EFE, AP, Reuters)