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Petróleo nos EUA tem preço negativo pela 1ª vez na história

21 de abril de 2020

Detentores de papéis tentaram se livrar de contratos futuros que vencem nesta terça-feira, em meio à queda de consumo e falta crescente de espaço para armazenamento por causa da pandemia de covid-19.

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USA New York Börse Ölpreis
Foto: Reuters/D. Ruvic

O mercado de petróleo americano viveu um dia histórico nesta segunda-feira (20/04). Pela primeira vez, contratos futuros de petróleo WTI (West Texas Intermediate), referência nos Estados Unidos, fecharam o dia abaixo de zero, valendo menos 37,63 dólares por barril.

Ou seja, os vendedores estavam pagando para que outros investidores assumissem os contratos de maio, que expiram nesta terça-feira.  A queda acumulada ao longo do dia chegou a 306%, conforme detentores dos papéis enfrentavam dificuldades para encontrar compradores no último dia de negociação antes do vencimento.

Até o recorde negativo registrado nesta segunda, o nível mais baixo de fechamento de um contrato futuro do WTI ocorreu em março de 1986, quando ficou em 10,42 por barril.

A queda também afetou os contratos de WTI de junho, que vencem em 19 de maio. Nesta segunda-feira, eles estavam sendo negociados a 20 dólares por barril, uma baixa de 18,3%.

Já o barril de Brent do Mar do Norte foi menos afetado, com uma queda de 9%, fechando a 25,57 dólares nesta segunda-feira.

Nas últimas semanas, as restrições de mobilidade para combater o coronavírus em grande parte do mundo e a paralisia econômica afundaram o consumo de combustível.

Além disso, a oferta de petróleo no mundo é abundante após uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia.

A disputa terminou no início de abril, quando os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e demais produtores (Opep+) finalmente acertaram uma redução de 10 milhões de barris por dia para tentar sustentar os preços nos mercados afetados pelo coronavírus.

Os preços, contudo, continuaram a cair quando ficou claro que esse corte não seria suficiente para compensar a queda na demanda.

Para piorar, há sinais de que a capacidade de armazenamento de petróleo está chegando ao limite em vários países. Simplesmente falta espaço para os estoques. Os estoques em uma cidade no estado de Oklahoma, principal centro de armazenamento do mercado petrolífero dos EUA, aumentaram para 55 milhões de barris desde o fim de fevereiro. A capacidade do hub é de 76 milhões de barris.

JPS/ots

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