Presidente do PL evita reconhecer derrota de Bolsonaro
9 de novembro de 2022O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, nesta terça-feira (08/11) que o partido fará oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"O PL não renunciará às suas bandeiras de ideias, será oposição aos valores comunistas e socialistas, será oposição ao futuro presidente", disse Costa Neto, chefe da legenda da qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado e pelo qual tentou a reeleição. Segundo Costa Neto, Bolsonaro, que foi derrotado na disputa à reeleição, será convidado para ocupar a presidência de honra do Partido Liberal.
Apesar do anúncio de que o partido será oposição ao governo que tomará posse em 1º de janeiro de 2023, pautas pontuais poderão ter o apoio do PL, disse Costa Neto.
"Conversei longamente com o presidente Bolsonaro, ele falou que todos esses assuntos têm que ser levados à bancada, e resolvemos juntos. Se é de interesse público, e interesse do país, nós vamos votar a favor, mas tudo tem que ser muito resolvido junto", afirmou.
De acordo com Costa Neto, o partido deve apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), caso o congressista apoie um nome do PL para a presidência do Senado.
"Vamos apoiar Arthur Lira com a garantia de que ele nos ajude e trabalhe para ter o nosso presidente do Senado", disse. "Temos que compor na Câmara para ter sucesso no Senado."
"Vamos esperar relatório"
Apesar de ter dito que fará oposição ao novo presidente, ao ser questionado sobre se o PL reconhece a vitória de Lula, Costa Neto evitou responder diretamente.
"Difícil, vamos ter que esperar o relatório do Exército amanhã. Temos diversos questionamentos que fizemos ao TSE, vamos esperar essas respostas", disse o presidente do PL.
A Defesa anunciou que encaminha para a corte nesta quarta-feira o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação realizado pelos militares.
Ex-deputado federal, Costa Neto foi preso em dezembro de 2013, condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentro do processo que ficou conhecido como "mensalão".
Comandado por Costa Neto, o PL saiu fortalecido nas eleições deste ano. Na Câmara dos Deputados, dos 513 assentos, o partido conquistou 99. No Senado, o PL desbancou o MDB, que há mais de três décadas era o maior partido da Casa. A sigla elegeu oito senadores e, com isso, ocupará 15 das 81 cadeiras do Senado na próxima legislatura, que começa em 2023.
md (ots, EBC)