Presidente do Chipre declara que crise está contida
29 de março de 2013O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, afirmou nesta sexta-feira (29/03) numa conferência de servidores públicos na capital Nicósia que, ao aceitar as difíceis condições de resgate impostas pela União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), seu governo conseguiu obter o melhor resultado possível para o país, sob as atuais circunstâncias.
"Nós evitamos o risco de falência", disse Anastasiades. "A situação, apesar de toda essa tragédia, está contida". O líder conservador, porém, criticou a troica de credores por fazer "exigências sem precedentes que forçaram o Chipre a se tornar um experimento".
A fim de garantir os 10 bilhões de euros de resgate, o país teve que angariar a 5,8 bilhões por conta própria, através de um pesado imposto sobre os depósitos bancários acima de 100 mil euros. A taxa a ser aplicada ainda não foi revelada, mas há especulações de que ela seja de, no mínimo, 40%.
Um plano anterior, que previa a tributação de todas as contas bancárias, independente do valor depositado, fora rejeitado pelos parlamentares do país na última passada. A ideia de colocar a mão em contas bancárias privadas, para financiar um resgate sem precedentes na zona do euro, levantou dúvidas sobre a segurança das poupanças privadas em muitas das 17 nações que adotam o euro como moeda.
Apesar do descontentamento com algumas das condições do plano resgate, assinado pelo Chipre na madrugada da última segunda-feira, o presidente disse que o país deverá permanecer na zona do euro. "Nós não temos nenhuma intenção de deixar o euro. De maneira alguma vamos brincar com o futuro do nosso país."
Bancos voltam ao horário normal
Enquanto isso, os bancos comerciais no Chipre voltaram ao horário normal nesta sexta-feira. Na véspera, eles haviam reaberto pela primeira vez em quase duas semanas, sob forte esquema de segurança.
O estrito controle de capitais continua: titulares de contas bancárias cipriotas estão autorizados a retirar um máximo de 300 euros por dia. Além disso, pagamentos com cartão de crédito no exterior estão limitados a um valor de 5 mil euros, e quem deixa o país só pode levar consigo até mil euros em dinheiro vivo.
Originalmente, essas restrições valeriam até a próxima quarta-feira, mas o prazo será ampliado. Segundo o ministro cipriota de Relações Exteriores, Ioannis Kasoulides, as novas regulamentações precisam ser primeiro avaliadas pelo BCE, não devendo ser inteiramente suspensas antes de um mês.
FC/ap/afp/dpa/rtr