Presidente do BNDES pede demissão
27 de maio de 2017A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, pediu demissão nesta sexta-feira (26/05), alegando motivos pessoais. A executiva comandava a instituição desde junho de 2016 e foi indicada para o cargo pelo presidente Michel Temer.
"Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país", anunciou Marques, que foi a primeira mulher a comandar o banco.
Segundo a assessoria do Planalto, a demissão pegou o presidente de surpresa. Em nota, a Presidência afirma que Marques "despolitizou" a relação do banco com as empresas.
"Seu trabalho honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos. Deixará como legado um modelo a ser seguido em toda máquina pública", disse a nota.
Marques deixa o cargo em meio a críticas de setores empresariais por ter reduzido os financiamentos do banco. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a economista já vinha expressando descontentamento há dois meses.
Em meados de maio, o banco foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investigava irregularidades na aprovação de investimentos para a expansão da maior processadora de carne do mundo, a JBS, entre 2007 e 2009.
A situação da instituição piorou quando foi revelado o conteúdo de delações premiadas de executivos da empresa que admitiram ter subornado políticos em troca de financiamentos.
O pedido de demissão de Marques ocorreu na mesma semana em que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), autorizou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os empréstimos feitos pelo BNDES.
O governo anunciou que o economista Paulo Rabello de Castro irá assumir a presidência do BNDES. Desde maio de 2016, Rabello estava no comando do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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