Presidente da Ucrânia anuncia cessar-fogo imediato
20 de junho de 2014O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, decretou unilateralmente nesta sexta-feira (20/06) o cessar-fogo imediato. Os separatistas pró-Rússia no leste do país têm prazo de uma semana para depor as armas: durante esse período, as tropas do governo permanecerão na defensiva, só entrando em choque com os rebeldes se forem atacadas, declarou o Ministério do Interior.
A medida faz parte de um plano de paz para acabar com o conflito que se estende desde abril. "Nosso objetivo não é a guerra. Nosso objetivo é a paz", afirmou o chefe de Estado recém-eleito. Além do cessar-fogo, Poroshenko anunciou um roteiro de paz com 14 pontos, que prevê o desarmamento dos rebeldes em troca de uma reforma constitucional para a descentralização do poder no país. O plano também promete liberdade aos rebeldes que aceitarem o cessar-fogo e não tenham cometido "crimes graves", além de exigir a libertação de todos os reféns.
Segundo uma cópia inoficial do documento vazada para a imprensa, Poroshenko tenciona, ainda, criar uma zona-tampão de dez quilômetros de largura ao longo dos 1.900 quilômetros da fronteira com a Rússia. Sua finalidade é sustar o fluxo de armas e mercenários, que segundo Washington e Kiev, vem invadindo a Ucrânia nas últimas semanas.
O presidente observou que a paz só pode ser duradoura se a fronteira com a Rússia estiver selada. A medida foi pedida pelo Parlamento ucraniano, mas recusada pelos líderes rebeldes. A proposta não esclarece se essa zona será instaurada do lado ucraniano ou russo da fronteira, nem qual será o status da população da região.
Além disso, Poroshenko pediu que os governos locais retomem suas operações. Em várias cidades do país, os separatistas assumiram o controle da administração local e declararam independência. Esta é a segunda proposta de cessar-fogo por Poroshenko em menos de uma semana. A anterior foi rejeitada pelos pró-russos, na última quarta-feira. No dia seguinte, os combates armados no leste ucraniano atingiram um novo clímax: segundo informações das tropas do governo foram mortos 300 rebeldes.
CN/rtr/dpa/afp