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PolíticaPolônia

Presidente da Polônia é reeleito em segundo turno acirrado

13 de julho de 2020

Com 99% das urnas apuradas, comissão eleitoral diz que conservador Andrzej Duda venceu liberal prefeito de Varsóvia por pequena margem. Vitória do chefe de Estado deve consolidar supremacia do partido nacionalista PiS.

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Presidente polonês, Andrzej Duda, com mulher e filha no palco, durante evento de campanha
Na campanha eleitoral, Andrzej Duda se concentrou principalmente na defesa de valores conservadoresFoto: Getty Images/M. Hitij

A comissão eleitoral da Polônia anunciou nesta segunda-feira (13/07) que o presidente conservador nacionalista Andrzej Duda conquistou 51,21% dos votos, com quase todas as urnas apuradas no segundo turno das eleições presidenciais, realizado neste domingo. Já o candidato da oposição, o liberal prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, obteve 48,79% dos votos.

O anúncio foi realizado com base na contagem de 99,97% dos distritos eleitorais. Caso o resultado se confirme, estas seriam as eleições mais acirradas da história da Polônia, refletindo as profundas divisões do país.

O chefe da comissão eleitoral, Sylwester Marciniak, disse que os resultados finais podem variar um pouco, mas não de maneira a alterar o resultado. A diferença entre os dois candidatos foi de cerca de 500 mil votos.

Logo após o fechamento das zonas eleitorais, o chefe de Estado já havia declarado vitória. "Viva a Polônia! Vencer a eleição com uma participação de 70% é uma notícia extraordinária. Estou emocionado. Graças aos meus compatriotas", disse na noite de domingo o presidente, que tem apoio do governista Partido da Lei e Justiça (PiS).

Trzaskowski, prefeito da capital Varsóvia e candidato do maior partido da oposição, o liberal-conservador Plataforma Cívica (PO), também se dizia confiante na vitória logo após o fechamento das urnas. "Dissemos que seria apertado e está apertado. Mas estou convencido de que venceremos."

"Não quero falar em nome da equipe da campanha, mas acho que essa diferença é grande o suficiente para termos de aceitar o resultado", afirmou por sua vez o deputado Grzegorz Schetyna, ex-presidente do PO, em entrevista à emissora TVN24.

O resultado da eleição presidencial é de grande importância para o nacional-conservador PiS. A vitória de Duda deve consolidar, pelo menos até as eleições gerais de 2023, a supremacia do partido, que governa o país sozinho desde 2015. 

O cargo de presidente na Polônia não é puramente representativo. O chefe de Estado participa do gerenciamento da política externa e de defesa do país. Ele não somente pode bloquear leis com seu veto, mas também sugerir projetos legislativos.

Na campanha eleitoral, Duda se concentrou principalmente em uma agenda social conservadora, prometendo salvaguardar os valores familiares tradicionais no país predominantemente católico. Ele fez ataques verbais a apoiadores de uma suposta "ideologia LGBT", que segundo ele estaria sendo imposta aos poloneses.

Além disso, o presidente tentou ganhar votos atiçando ressentimentos antialemães e acusou a mídia da Alemanha de patrocinar um "ataque" contra a Polônia.

Desde que chegou ao poder, o PiS alimenta tensões com a União Europeia (UE) e provocou repetidos protestos de rua no país devido a leis controversas e a um projeto de reforma judicial visando dar ao partido o controle sobre os principais tribunais e outros órgãos judiciais importantes.

Enquanto o governo polonês insiste que as mudanças são necessárias para eliminar a corrupção judicial, os críticos e a UE afirmam que elas corroem a independência judicial e a democracia apenas três décadas depois que a Polônia abandonou o comunismo.

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