Köhler: atrair estrangeiros
17 de junho de 2008O presidente da Alemanha, Horst Köhler, defendeu nesta terça-feira uma política de imigração "mais inteligente" para o país. No seu terceiro pronunciamento à nação, ele disse que as empresas alemãs necessitam de mais jovens talentos, e uma política migratória mais inteligente poderia trazê-los ao país.
"Algumas democracias ocidentais escolhem seus imigrantes de uma forma tão inteligente que eles são mais qualificados que a média da população nativa. Trata-se de conquistar estrangeiros talentosos em vez de apenas tolerá-los. Trata-se de dizer conscientemente a eles: nós, na Alemanha, somos uma equipe forte, oferecemos a vocês condições atraentes e ficaremos felizes se vocês quiserem jogar do nosso lado", afirmou Köhler.
Da política de imigração defendida pelo presidente fazem parte a naturalização de estrangeiros e os mesmos direitos de participação na sociedade para aqueles que estão integrados e querem viver na Alemanha a longo prazo.
Köhler disse que os estrangeiros devem se integrar à sociedade alemã. "Quem não faz isso, deve-se perguntar a que sociedade afinal pertence. Enclaves de outros países vivendo segundo leis próprias não existirão de forma alguma na Alemanha", alertou Köhler.
Mais reformas
O foco do discurso de Köhler foi a modernização do país e o avanço das reformas. Ele voltou a elogiar a polêmica Agenda 2010 do ex-chanceler federal Gerhard Schröder e defendeu a sua expansão para uma Agenda 2020.
Para o presidente, os primeiros sucessos do plano do governo social-democrata e verde estão aparecendo no mercado de trabalho, já que mais de 1,6 milhão de pessoas encontraram emprego. Ele também defendeu a simplificação do sistema tributário alemão, que classificou como injusto e não transparente.
Köhler retomou também o tema da responsabilidade social da elite econômica alemã, cujo comportamento, na opinião do presidente, deveria ser exemplar. "Entre nós, os ricos, belos e poderosos também não devem atravessar a rua no sinal vermelho", afirmou.
"Vai demorar até que seja recuperada a confiança perdida com o comportamento errado verificado na direção de algumas empresas alemãs e que vai desde a sonegação de impostos até a espionagem dos próprios empregados", criticou o presidente.
O discurso foi proferido no Castelo Bellevue, em Berlim, residência oficial do presidente alemão.