Papandreou se vai
9 de novembro de 2011Em um pronunciamento transmitido pela televisão, o primeiro-ministro, George Papandreou, anunciou oficialmente a sua renúncia, antes de encontro com o presidente grego, Carolos Papoulias, nesta quarta-feira (9/11).
Papandreou declarou que a Grécia terá um governo de união nacional. O novo governo deverá ter o apoio de seu partido socialista e do conservador. "Reuniremos todas as forças para poder ficar na zona do euro", disse o primeiro-ministro demissionário. Sem mencionar quem vai liderar o novo governo de transição, ele afirmou desejar todo o sucesso possível ao seu sucessor.
Após o comunicado, Papandreou entregou seu cargo oficialmente ao presidente grego. Em seguida, ele se encontrou com o presidente do partido conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, e com o chefe do partido nacionalista Laos, George Karatzaferis, para finalizar as conversações sobre o governo de transição.
Futuro dos gregos
Os comunistas rejeitaram participar do encontro e do governo de transição. Segundo a presidência grega, não se chegou a um consenso sobre o nome do novo chefe de governo e dos membros de seu gabinete. As conversas nesse sentido deverão continuar na quinta-feira.
Segundo fontes dos dois grandes partidos, além do favorito para o posto de primeiro-ministro – o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos – outro candidato apareceu no topo da lista: o atual presidente do Parlamento grego e antigo ministro da Justiça, Filippos Petsalnikos.
As conversações sobre o novo governo tiveram início no último domingo. Apesar de Papademos ter sido durante muito tempo o candidato favorito, socialistas e conservadores acabaram escolhendo Petsalnikos, segundo fontes dos dois partidos.
"Nós entramos em acordo sobre o nome de Petsalnikos, mas isso pode mudar", disseram representantes dos futuros parceiros de coalizão, que preferiram ficar anônimos. Uma reunião entre os líderes dos dois partidos e o presidente grego, Carolos Papoulias, foi transferida para a manhã desta quinta-feira.
Futuro dos gregos
O governo de união nacional terá como principal tarefa evitar o default do país altamente endividado, implantar as diretrizes do pacote internacional de ajuda à Grécia e restaurar a confiança perdida. Desde o ano passado, a Grécia, ameaçada de inadimplência, depende da ajuda internacional.
Em troca do apoio bilionário por parte da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, Atenas deverá empreender um rigoroso programa de austeridade. Para tal, Papandreou não conseguiu nos últimos meses garantir uma ampla maioria no Parlamento em Atenas.
CA/dpa/afp/dapd/rtr
Revisão: Roselaine Wandscheer