Prefeito polonês é assassinado a facadas em ato público
14 de janeiro de 2019O prefeito da cidade polonesa de Gdansk, Pawel Adamowicz, morreu nesta segunda-feira (14/01), um dia depois de ter sido esfaqueado diante de uma multidão durante um evento beneficente que procurava levantar doações para hospitais. Os golpes atingiram seu coração e abdômen.
O ataque ocorreu quando o prefeito estava no palco. Depois do esfaqueamento, o agressor pegou o microfone para dizer que, com o seu ataque, buscava se vingar por ter sido "injustamente preso e torturado pelo partido Plataforma Cidadã".
Adamowicz, de 53 anos, era membro do principal partido da oposição na Polônia, a força liberal de centro-direita Plataforma Cidadã, e prefeito de Gdansk desde 1998. Em 2018, ele foi reeleito novamente com 65% dos votos.
Identificado como Stefan W., o agressor é um jovem de 27 anos que foi condenado em 2014 a cinco anos e meio de prisão por tentativa de assalto à mão armada a um banco. Ele era réu confesso e foi solto no mês passado.
Segundo as primeiras investigações, ele atuou sozinho. A arma utilizada é uma faca de 14 centímetros. A Promotoria polonesa indiciou Stefan W. por assassinato, o que pode lhe render uma pena de prisão perpétua. Segundo o vice-ministro do Interior polonês, Jaroslaw Zielinsk, o agressor sofria de transtornos psiquiátricos.
As primeiras investigações indicam que o desdobramento de segurança foi o habitual em um ato grande, onde não existia nenhum indício de ameaça que sugerisse que o prefeito deveria ter especial proteção.
Também é investigado como o agressor conseguiu a credencial de imprensa para subir no palco onde estava Adamowicz, embora alguns jornalistas tenham afirmado aos veículos de imprensa locais que os controles de acesso eram poucos. Um repórter contou que conseguiu chegar ao local apenas ao afirmar ser jornalista de um meio.
As reações à morte de Adamowicz foram imediatas, e tanto o primeiro-ministro como o presidente da Polônia condenaram o ataque. O presidente Andrzej Duda convocou para esta segunda-feira os líderes dos principais partidos para organizar atos conjuntos em solidariedade ao prefeito de Gdansk.
Líderes europeus também prestaram condolências à família de Adamowicz. O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que ficou chocado com o ataque. O ministro do Exterior da República Tcheca, Tomas Petricek, disse que o assassinato do prefeito é uma tragédia para a toda a Europa e seus cidadãos.
Por sua vez, a família de Adamowicz pediu que seja evitada a politização do assassinato.
Em diversas cidades polonesas, a população organizou vigílias em homenagem a Adamowicz. Na capital Varsóvia, os presentes levaram, além de velas, cartazes com a frase "Chega de ódio".
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