Pompeo acusa Irã de se tornar base da Al Qaeda
12 de janeiro de 2021O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, lançou nesta terça-feira (12/01) graves acusações contra o Irã, ao acusar a República Islâmica de acolher o grupo extremista Al Qaeda.
Pompeo, que tem apenas oito dias restantes no cargo mais alto da diplomacia americana, afirmou, sem apresentar provas concretas, que a Al Qaeda estabeleceu uma nova base no país, que se tornou um porto seguro para as lideranças da organização.
O secretário já havia alertado anteriormente para a presença de militantes extremistas da organização, apesar do ceticismo da comunidade de inteligência do país e de membros do Congresso.
"Teerã fornece um santuário das principais lideranças do grupo, enquanto eles planejam ataque a América e nossos aliados”, afirmou o secretário em conferência de imprensa em Washington. Ele afirmou ainda que o Irã é o "novo Afeganistão”. O secretário chegou a afirmar que alguns dos terroristas que realizaram o ataque de 11 de setembro de 2001 nos EUA, haviam passado pelo Irã.
Pompeo, pela primeira vez, confirmou que o líder da organização, Abu Muhammad al-Masri, acusado de estar por trás de ataques a bomba a duas embaixadas americanas na África, foi assassinado no Irã no dia 7 de agosto do ano passado.
Em novembro, uma reportagem do jornal New York Times afirmava que Al-Masri havia sido morto por gentes de Israel no território iraniano. Na época, Teerã negou a afirmação e assegurou que não havia terroristas no país.
Fim "patético” de "carreira desastrosa”
"A presença de Al-Masri no Irã aponta para o motivo pelo qual estamos aqui hoje [...] a Al Qaeda tem um novo lar: a República Islâmica do Irã”, afirmou Pompeo. O secretário anunciou ainda a imposição de novas sanções contra os líderes do grupo extremistas supostamente localizados em solo iraniano, além de três lideranças dos batalhões curdos da Al Qaeda.
O americano anunciou ainda uma recompensa de 7 milhões de dólares por nformacoes que levem à localozacao ou identificação do líder da organização Muhannad Abbatay, também conhecido como Abd al-Rahman al-Maghrebi.
O ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Zarif, desprezou as afirmações de Pompeo. "Com ‘revelações' fictícias sobre o Irã e alegações sobre a Al Qaeda, [Pompeo] encerra pateticamente sua desastrosa carreira, com ainda mais mentiras belicistas”, escreveu em seu perfil no Twitter.
"Ninguém será enganado. Todos os terroristas do [ataque de] 11 de setembro [de 2001] vieram do destino favorito de Pompeo, a Arábia Saudita. Nenhum deles, do Irã”, afirmou.
RC/rtr/dpa