Polícia reprime protesto LGBTQ na Turquia
27 de junho de 2021Um protesto a favor dos direitos da comunidade LGBTQI+ em Istambul, na Turquia, foi dispersado neste sábado (26/06) de forma violenta por tropas de choque da polícia, que usaram balas de plástico e de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Pelo menos 25 pessoas foram presas, entre elas o fotógrafo Bülent Kilic, da agência de notícias AFP. Ele foi libertado no fim do dia.
Imagens postadas nas redes sociais mostraram policiais pressionando com os joelhos Kilic contra o chão.
Apesar de proibições impostas pelo governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, várias associações convocaram a marcha sob o lema "A rua é nossa". Os manifestantes criticaram, entre outras coisas, o clima cada vez mais hostil contra a comunidade LGBTQI+ no país.
De 2003 a 2014, a marcha do orgulho foi realizada anualmente, de forma festiva e pacífica em Istambul, como ocorre em várias cidades da Europa e de todo mundo. No entanto, desde 2015, o governo vetou o evento sob várias justificativas, incluindo "violação da moral pública", apesar de a homossexualidade ser legal na Turquia desde 1858. Mais recentemente, eventos de orgulho LGBTQI+ foram oficialmente proibidos por autoridades, que alegaram preocupação com a disseminação da covid-19.
No entanto, a comunidade LGBTQI+ da Turquia acusa o governo de lançar uma "campanha de ódio" contra eles, ao mesmo tempo em que promove a violência.
No ano passado, a bandeira do arco-íris, símbolo da comunidade, se tornou a principal inimiga pública dos setores islâmicos e conservadores que apoiam Erdogan.
Por esse motivo, a bandeira vem sendo utilizada em todo tipo de protesto contra o governo, mesmo em atos que não tenham relação direta com os direitos da comunidade LGBTQI+, como aconteceu nos protestos estudantis de janeiro passado, ou na marcha feminista de 8 de março.
Enquanto o protesto foi reprimido na Turquia, marchas ocorreram de forma pacífica e festiva em outras cidades europeias, como Berlim, Milão e Roma, para celebrar o mês do orgulho LGBTQI+.
le (efe, AFP, AP, dpa, reuters, ots)