Polícia procura suspeito de atentados em Bruxelas
22 de março de 2016Bruxelas, a capital da Bélgica e centro político da União Europeia (UE), amanheceu sob ataque nesta terça-feira (22/03). Pouco antes das 8h (hora local), duas explosões atingiram o aeroporto internacional Zaventem, deixando ao menos 11 mortos e 81 feridos. Pouco depois, uma terceira explosão na estação de metrô de Maelbeek causou ao menos 20 mortes e deixou 106 feridos, segundo autoridades belgas.
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A imprensa local chegou a falar em 35 mortos e mais de 200 feridos. Uma terceira bomba foi localizada pela polícia no aeroporto e, segundo relato de testemunhas, explodiu mais tarde, de forma controlada.
As explosões ocorreram quatro dias após a captura, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, um dos suspeitos de arquitetar os ataques terroristas de Paris, em 13 de novembro de 2015. O governo da Bélgica elevou ao máximo o nível de alerta no país, para o grau 4, que indica ameaça "séria e iminente".
O grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria dos atentados, afirmando que os locais foram cuidadosamente escolhidos e que os autores dos ataques utilizaram "cintos explosivos, bombas e metralhadoras" no interior do aeroporto de Zaventem e numa estação de metrô. O EI prometeu "dias muito sombrios", acrescentando que o que virá "será mais duro e mais amargo".
O EI também divulgou imagens de supostos militantes distribuindo doces a crianças em comemoração aos ataques em Bruxelas, segundo informou o grupo de inteligência Site, que monitora portais de internet de conteúdo jihadista.
As duas explosões no aeroporto foram provavelmente executadas por dois suicidas, e a polícia procura um terceiro suspeito, que estava ao lado deles no aeroporto, afirmou a procuradoria federal belga. "Várias investigações estão em curso em vários locais do país, várias testemunhas estão sendo ouvidas", disse o procurador federal, Frédéric Van Leeuw.
As autoridades belgas divulgaram fotos do trio de suspeitos. O homem que está sendo procurado aparece na foto em roupas claras e chapéu escuro, empurrando um carrinho de aeroporto. As autoridades pediram à população para que ajude a localizá-lo.
Já a polícia belga afirmou ter encontrado uma bomba e uma bandeira do "Estado Islâmico" numa residência em Bruxelas. "As buscas que ocorreram no distrito de Schaerbeek localizaram um dispositivo explosivo contendo pregos, entre outras coisas", disse o promotor federal em comunicado. "Os investigadores também acharam substâncias químicas e uma bandeira do EI."
Mais tarde, o prefeito de Zaventem, Francis Vermeiren, afirmou que os terroristas que perpetraram o atentado no aeroporto internacional de Bruxelas transportaram as bombas em malas colocadas em carrinhos de transporte de bagagem.
"Eles chegaram de táxi, com malas [...] as bombas estavam dentro das malas. Eles puseram as malas em carrinhos. As duas primeiras bombas explodiram", afirmou o prefeito. "O terceiro [terrorista] também colocou a sua mala num carrinho, mas deve ter entrado em pânico, ela não explodiu", acrescentou.
As autoridades belgas afirmaram ainda ser muito cedo para estabelecer uma ligação entre os ataques desta terça-feira em Bruxelas e os atentados ocorridos em Paris, em 13 de novembro de 2015. "É muito cedo para estabelecer uma ligação com os ataques em Paris", disse Van Leeuw, ao lado do primeiro-ministro Charles Michel.
Michel declarou três dias de luto oficial no país, e o aeroporto internacional de Bruxelas estará fechado nesta quarta-feira. Uma reunião das autoridades definirá se ele será reaberto nesta quinta-feira.
A fronteira franco-belga apresentou no início da noite maiores e visíveis medidas de segurança, com dezenas de agentes revistando viaturas que se dirigem para a França.
As buscas policiais prosseguiram durante a madrugada em Schaerbeek, onde uma área bastante ampla permanecia em isolamento. Não havia previsão para o término das buscas.
AS/ap/afp/rtr/lusa