Polícia mata menino portando arma de brinquedo nos EUA
24 de novembro de 2014Um menino negro de 12 anos foi morto a tiros pela polícia ao portar uma arma de brinquedo em Cleveland, no estado americano de Ohio, disseram autoridades locais neste domingo (23/11). O incidente vem em meio a elevadas tensões raciais nos Estados Unidos.
O garoto, identificado como Tamir Rice, morreu em decorrência dos ferimentos neste domingo, um dia depois de policiais terem atendido a um chamado de emergência sobre alguém exibindo uma pistola, "provavelmente de mentira", num playground.
Segundo as autoridades, um policial atirou duas vezes após o menino ter sacado a arma – na qual faltava a usual tarja de segurança laranja –, sem, no entanto, a ter apontado contra a polícia. O garoto não fez ameaças verbais, mas pegou a réplica de pistola depois de pedidos para levantar as mãos, levando a polícia a atirar.
Os dois policiais envolvidos no caso foram colocados em licença administrativa, o que é procedimento padrão. O departamento policial coletou imagens de câmeras de segurança e outras evidências para apresentar à Justiça. Após analisarem as provas, procuradores apresentarão o caso a um grande júri, que decidirá se os tiros foram justificados, segundo o jornal The Cleveland Plain Dealer.
A deputada estadual de Ohio Alicia Reece anunciou que apresentará um projeto de lei para pedir que todas as armas de brinquedo vendidas no estado tenham cores vibrantes ou listras fluorescentes bem visíveis. Em agosto, John Crawford, de 22 anos e negro, também foi morto em Ohio ao portar uma arma de brinquedo.
"O projeto de lei é um pequeno passo para lidar com essa tragédia e ajudar a prevenir confrontações fatais com alguém que claramente representa pouco ou nenhum perigo imediato", diz Reece.
Nesta segunda-feira, outro caso de morte de um jovem negro pela polícia volta a chamar atenção nos EUA. Um grande júri deve anunciar se um policial branco será indiciado pelos tiros fatais disparados contra Michael Brow em agosto. O caso, ocorrido em Ferguson, no estado do Missouri, provocou violentos protestos e desencadeou uma acirrada discussão sobre a questão racial no país.
LPF/afp/ap