Imigração ilegal
22 de setembro de 2009A operação começou nesta madrugada, no acampamento conhecido como "a Selva", localizado em um campo árido próximo ao porto de Calais, no norte da França.
As cenas foram registradas por equipes de televisão que acompanharam a ação. A polícia de choque prendeu 278 imigrantes, segundo confirmou uma autoridade governamental.
O ministro francês da Imigração, Eric, informou que até o final da semana o campo será fechado. Mas também prometeu encontrar uma "solução individual" para cada imigrante.
"Não haverá qualquer retorno forçado a condições inseguras", disse Besson. "Seja o retorno voluntário à casa, um pedido de asilo ou a deportação, vamos tratar de cada imigrante de forma individual."
Últimos imigrantes
Milhares de imigrantes vindos do Afeganistão, Iraque ou de outras regiões problemáticas do mundo fizeram a viagem até o porto de Calais nos últimos dez anos. A maioria deles tomou rumo para outras partes da Europa, como a Inglaterra, Bélgica, Holanda ou Noruega.
Funcionários dos diversos grupos de ajuda humanitária que trabalham em Calais revelaram que aqueles que permanecem na "Selva" não têm outro lugar para ir.
"A maioria dos que ainda estão aqui são menores de idade que não podem ser deportados, ou gente que simplesmente não tem dinheiro ou contatos para ir embora", diz Vincent Lenoir, do grupo de apoio aos imigrantes Salam.
Um deles, o professor de inglês Bashir, de 24 anos, natural do norte afegão, pagou 15 mil dólares para fazer a viagem via Paquistão e Istambul, na Turquia.
"Não temos ideia do que a polícia vai fazer, se vão nos prender ou nos deixar ir, mas aqui já tínhamos o nosso lugar. Aqui temos nossas, casas, chuveiros e nossa mesquita", disse ele.
Condições indignas
Mas, segundo declaração oficial do governo, "a selva" havia se tornado uma zona de interdição para os habitantes do local, e as condições precárias levaram recentemente a um surto de sarna. Autoridades municipais apoiam a operação policial, dizendo que a situação havia se tornado insuportável.
As autoridades francesas mantinham um centro para imigrantes em Sangatte, perto de Calais. A unidade foi fechada em 2002, no entanto, devido à criminalidade e às acusações de Londres de que o centro estava funcionando como um ímã para imigrantes a caminho da Inglaterra.
O secretário britânico do Interior, Alan Johnson, disse que a operação em Calais virá a "obstaculizar a imigração ilegal e as rotas de tráfico de pessoas". "Saúdo as medidas rápidas e decisivas que o governo francês tomou hoje, ao fechar a 'Selva'", declarou Johnson.
O governo francês disse que está decidido a impedir que imigrantes ilegais entrem no país, como parte de seu programa contra o tráfico humano. Paris declarou que no futuro próximo planeja realizar várias operações de impacto, como esta Calais.
FRB/afp/rtr
Revisão: Augusto Valente