Polícia e "coletes amarelos" se enfrentam em Paris
1 de dezembro de 2018A tropa de choque da polícia francesa e grupos dos manifestantes conhecidos como "coletes amarelos" voltaram a entrar em confronto em Paris neste sábado (01/12), durante o terceiro fim de semana seguido de protestos contra o aumento de impostos sobre combustíveis e a redução do poder aquisitivo.
Os enfrentamentos começaram no início da manhã, quando dezenas de manifestantes, alguns deles encapuzados, tentaram forçar barreiras instaladas pelas forças de segurança na Avenida Champs Élysées para isolar a manifestação e controlar a entrada de quem iria protestar.
Durante os confrontos, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água contra os manifestantes, que jogaram tinta amarela nos policiais. Mais de cem manifestantes foram detidos, e dezenas de pessoas ficaram feridas.
Os encapuzados forçaram as barreiras em torno do Arco do Triunfo, que fica num dos extremos da famosa avenida parisiense, e fizeram a seguinte pichação nele: "Os coletes amarelos triunfarão".
Pessoas que foram protestar de forma pacífica se viram em meio ao confronto entre as forças de segurança e os manifestantes violentos. Mais tarde, cerca de 5 mil pessoas acabaram participando de uma marcha pacífica na Avenida Champs Élysées, algumas delas carregando rosas.
O primeiro-ministro Édouard Philippe afirmou estar perplexo com as cenas de "uma violência raramente vista". Ele disse que ficou chocado "por terem sido postos em questão símbolos da França", referindo-se ao Arco do Triunfo e outros monumentos.
Segundo as autoridades, o dia de mobilização dos "coletes amarelos" reuniu ao menos 36 mil manifestantes em toda a França e 5.500 em Paris. O primeiro dia nacional de ação, em 17 de novembro, reuniu 282 mil pessoas, e o segundo 106 mil, incluindo 8 mil em Paris, segundo o Ministério do Interior.
As reivindicações dos coletes amarelos não mudaram, mesmo depois de o presidente Emmanuel Macron ter se dirigido à nação, na última terça-feira.
Carga de impostos, perda do poder aquisitivo e desilusão geral com o governo são as queixas mais comuns entre os que foram protestar.
AS/efe/lusa/afp
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