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CriminalidadeAlemanha

Polícia alemã mira grupo pró-palestino em Duisburg

16 de maio de 2024

Autoridades do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália anunciam proibição das atividades do grupo Palestine Solidarity Duisburg por suposto antissemitismo e apoio ao grupo extremista islâmico Hamas.

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Policiais alemães durante operação contra grupo acusado de antissemitismo
Policiais alemães durante operação contra grupo acusado de antissemitismo em DuisburgFoto: David Young/dpa/picture alliance

A polícia alemã realizou uma série de batidas nesta quarta-feira (16/05) na cidade de Duisburg, no oeste do país, em quatro propriedades ligadas a um grupo pró-palestinos suspeito de apoiar o grupo radical islâmico Hamas.

A secretaria do Interior da Renânia do Norte-Vestfália (NRW), estado no qual fica Duisburg, também informou que o grupo em questão, chamado Palestine Solidarity Duisburg, foi oficialmente banido.

Governo acusa grupo de antissemitismo

"Essa proibição chega no momento certo e envia o sinal certo", disse o secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Herbert Reul, em comunicado.

"Em muitos casos, a solidariedade com a Palestina não esconde nada além do ódio aos judeus - como é o caso da organização banida hoje", acrescentou.

"Estamos usando todas as opções legais para acabar com o antissemitismo e o apoio ideológico ao terror. O Estado demonstrou uma posição clara contra o extremismo hoje."

Desde a ofensiva terrorista do grupo fundamentalista Hamas em 7 de outubro, as autoridades da Alemanha reiteraram em diversas ocasiões seu apoio a Israel, reforçando que se tata de uma "razão de Estado" e anunciando esforços para combater o antissemitismo. 

Por que o grupo foi banido?

O governo do estado da Renânia do Norte-Vestfália afirmou que o grupo fez uso de slogans proibidos na Alemanha, como"Do rio ao mar", que foi banido em novembro por supostamente negar o direito de Israel de existir.

Segundo as autoridades estaduais, o grupo banido vinha "incitando continuamente o ódio contra o Estado de Israel, que seria o único responsável pelo conflito no Oriente Médio".

O grupo organizava protestos e eventos contra o que descrevia como "apartheid" e "genocídio" israelense contra os palestinos.

O site da organização também divulgava outros grupos pró-palestinos, inclusive organizações judaicas. O grupo tem relatado repetidamente nas mídias sociais que a polícia "censura" seus protestos.

O governo também disse que a Palestine Solidarity Duisburg estava ligada a grupos com "ideias semelhantes", como a organização Samidoun, que foi banida em novembro e que atraiu uma enxurrada de críticas na Alemanha após celebrar publicamente o 7 de outubro em Berlim, inclusive com a distribuição de doces para os participantes de uma marcha.

Alemanha mira grupos por suposta ligação com o terrorismo

As autoridades da Alemanha já realizaram outras batidas e baniram diversos grupos pró-palestinos, acusando muitos de seus membros de apoiar organizações terroristas.

Em dezembro do ano passado, a polícia de Berlim realizou batidas contra membros do Zora, um grupo feminista de esquerda pró-palestino.

A Alemanha, os Estados Unidos, a União Europeia, Israel e vários países árabes classificam o Hamas como uma organização terrorista.

De acordo com estimativas do Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV) há cerca de 450 pessoas vinculadas ao Hamas na Alemanha.

jps/le (dpa, EPD)