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Maior desde a reunificação

13 de agosto de 2010

Maior crescimento trimestral desde a reunificação há 20 anos faz economistas reverem previsões e falarem numa elevação do PIB de até 3% em 2010. Zona do euro cresce 1% graças ao resultado alemão.

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Contêineres no porto de Hamburgo: exportações puxam recuperaçãoFoto: AP

Nem os mais otimistas analistas econômicos aguardavam o resultado divulgado nesta sexta-feira (13/08) pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis): o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2010, em comparação com os três primeiros meses do ano.

O resultado é bem superior à previsão média dos especialistas, de um crescimento de 1,3% nesse período. O ótimo resultado impulsionou as previsões de recuperação da economia alemã para 2010: muitos analistas esperam agora que o país cresça até 3% este ano.

Em comparação com o mesmo período de 2009, corrigidas as variações sazonais e de preços, o crescimento da economia foi ainda maior: 3,7%. O Destatis também revisou para cima o resultado do primeiro trimestre deste ano. Em vez dos 0,2% divulgado anteriormente, a Alemanha cresceu 0,5% nos primeiros três meses, afirmou o Destatis.

Zona do euro se recupera

A surpreendente recuperação da economia alemã acabou por alavancar o crescimento da zona do euro, que entre abril e junho registrou alta de 1% do PIB, também acima do esperado. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, em Luxemburgo, pelo Eurostat, órgão responsável pelas estatísticas da União Europeia (UE).

A Alemanha, que é a maior economia da Europa, teve a maior alta do PIB entre os 16 países que adotam a moeda comum do bloco europeu. As outras grandes economias da zona do euro tiveram crescimento bem mais modesto: França (0,6%), Itália (0,4%), Espanha (0,2%) e Holanda (0,9%).

A economia do Reino Unido, país que não faz parte da zona do euro, cresceu 1,1% no segundo trimestre. Considerando o conjunto dos 27 países-membros da União Europeia, o crescimento da economia foi de 1,7%, segundo o Eurostat. O pior resultado foi o da Grécia, com um recuo de 1,5%.

Maior alta da Alemanha reunificada

Como o Destatis lembrou nesta sexta-feira, a Alemanha reunificada ainda não havia registrado um crescimento trimestral dessa magnitude. Após a divulgação do resultado, o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, afirmou que o país poderá crescer bem acima de 2% este ano. Até então, o governo falava em 1,4%. "Estamos vivenciando uma expansão XL [extra-large]", afirmou.

O setor privado espera um crescimento ainda maior. O banco Commerzbank calcula agora que o PIB terá uma elevação de 3,25% este ano. Os bancos Unicredit e Deutsche Bank esperam 3,5%. Institutos econômicos, como o Ifo, o RWI e o IMK, projetam 3%.

Segundo o Destatis, os investimentos e o comércio externo foram os principais motores da recuperação, mas também o consumo privado e do Estado tiveram importante participação. A economia alemã, fortemente dependente das exportações, lucrou com as vendas para a China e outros países emergentes.

"Devido à sua alta competitividade internacional, a economia alemã lucrou com a forte recuperação do comércio internacional", afirmou o economista Rolf Schneider, da seguradora Allianz.

Ritmo desacelerado

Economistas preveem, porém, que esse ritmo de crescimento não será mantido no segundo semestre do ano. Jörg Krämer, do Commerzbank, e Ulrich Kater, do Deka-Bank, afirmam que o desaquecimento da economia global terá reflexos também na Alemanha.

Para 2011, a maioria dos especialistas calculam um crescimento de apenas 1,5%, já que a economia mundial deverá desacelerar após os pacotes estatais de resgate chegarem ao fim no próximo ano.

AS/rtr/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque