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Piada sobre tema LGBT gera críticas a líder alemã

4 de março de 2019

Provável sucessora de Angela Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer é criticada por causa de piada carnavalesca sobre banheiros para pessoas transexuais. Comentário provocou reações contrárias até de aliados políticos.

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Annegret Kramp-Karrenbauer durante discurso carnavalesco
Annegret Kramp-Karrenbauer durante discurso carnavalescoFoto: picture-alliance/dpa/P. Seeger

A influente política alemã Annegret Kramp-Karrenbauer, conhecida como AKK e tida como a provável sucessora de Angela Merkel, se vê no centro de uma polêmica e vem recebendo uma série de críticas nesta segunda-feira (04/03), por causa de uma piada carnavalesca ridicularizando transexuais.

A chefe da União Democrata Cristã (CDU), cotada como a futura candidata conservadora ao governo alemão, fez na semana passada uma piada ao discursar durante um baile carnavalesco.

Ao tentar ironizar o clima progressista de Berlim, que instalou banheiros públicos para pessoas intersexo, AKK disse que esses lugares são "para os homens que não sabem se devem urinar de pé ou sentados" – numa referência a um hábito bastante disseminado entre cidadãos alemães.

A piada foi recebida com gargalhadas e alguns aplausos, mas o tom mudou quando sua fala começou a ser reproduzida nas mídias sociais.

Placa pede para homens não urinarem em pé, com um homem em pé riscado à esquerda e um homem sentado à direita
Aviso para não urinar em pé é realidade em alguns locais alemãesFoto: Imago/teutopress

Até mesmo a Associação de Lésbicas e Gays da CDU exige um pedido oficial de desculpas da chefe do partido. "Claro que isso exige um pedido de desculpas, e estamos esperando por isso", afirmou o presidente da associação, Alexander Vogt, em entrevista à rádio SWR Aktuell, acrescentando que até mesmo no Carnaval há limites.

O secretário-geral do Partido Social Democrata (SPD) – aliado da CDU no governo alemão –, Lars Klingbeil, considerou o comentário "uma absoluta falta de respeito" pelas pessoas intersexo, cujo estatuto legal foi formalmente reconhecido na Alemanha no ano passado.

"Mais um dia para se sentir vergonha", lamentou o deputado Jens Brandenburg, porta-voz da bancada parlamentar do Partido Liberal (FDP) para temas LGBT. "Será que é tão difícil fazer discurso carnavalesco engraçado sem piadas infames contra minorias?", acrescentou.

AKK, uma católica que já se manifestou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi nomeada "Miss Homofobia 2018" numa sondagem online organizada pelo grupo Basta, que defende os direitos de pessoas LGBT.

MD/dpa/afp

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