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Pfizer vai produzir vacinas no Brasil

26 de agosto de 2021

Farmacêutica fecha parceria com laboratório brasileiro para iniciar produção em 2022. Expectativa é que mais de 100 milhões de doses saiam da fábrica por ano.

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Imunizante da Pfizer contra a covid-19
Imunizante da Pfizer será prioritário na terceira dose no BrasilFoto: Marco Bello/AA/picture alliance

A farmacêutica americana Pfizer e a alemã BioNTech anunciaram nesta quinta-feira (26/08) que vão produzir sua vacina contra a covid-19 no Brasil. O imunizante será produzido em parceria com o laboratório brasileiros Eurofarma e distribuído em toda a América Latina.

Segundo comunicado das empresas, a produção começará em 2022 e pode ser superior a 100 milhões de doses por ano. As atividades de transferência técnica e instalação de equipamentos vão começar de forma imediata.

"Todos, independentemente da condição financeira, etnia, religião ou geografia, merecem acesso às vacinas contra covid-19 que salvam vidas", disse Albert Bourla, presidente da Pfizer.

Com a parceria no Brasil, Pfizer e BioNTech ampliarão sua produção de vacinas contra a covid-19 para quatro continentes, com mais de 20 fábricas no total.

Pfizer será priorizada na terceira dose

O comunicado chega um dia depois de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciar que em 15 de setembro começará a aplicação de uma terceira dose da vacina no Brasil, com idosos  e imunossuprimidos à frente na fila.

O imunizante aplicado na terceira dose, segundo o ministro, será o da Pfizer. Doses da Janssen ou da AstraZeneca poderiam ser usados em caso de falta do primeiro.

A vacina da Pfizer é, além disso, a única autorizada até aqui pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para administração em adolescentes.

A Pfizer e a BioNTech já produziram e enviaram mais de 1,3 bilhão de doses da vacina contra o novo coronavírus a mais de 120 países no mundo.

Histórico conturbado no Brasil

No Brasil, a parceria entre governo e os laboratórios produtores é conturbada: o presidente Jair Bolsonaro levantou dúvidas sobre a eficácia do imunizante, e seu governo ignorou uma série de ofertas de doses feitas pela farmacêutica no final do ano passado.

A CPI da Pandemia, instalada no fim de abril pelo Senado, investiga o governo federal por ações e omissões do enfrentamento da doença, incluindo as negociações com a Pfizer. 

A primeira remessa de vacinas da Pfizer chegou ao Brasil apenas no final de abril deste ano. Mas, segundo disse um executivo do laboratório à CPI, se o contrato com a empresa tivesse sido assinado pelo governo Bolsonaro em agosto do ano passado, o Brasil teria disponíveis 18,5 milhões de doses da vacina até o segundo trimestre (abril, maio e junho) deste ano. Do total, 4,5 milhões seriam programadas para entre dezembro e março - 1,5 milhão delas já no último mês de 2020.

rpr/lf (Reuters, ots)