PF prende chefe do COB e da Rio-2016
5 de outubro de 2017Foi preso nesta quinta-feira (05/10) no Rio de Janeiro o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, dentro das investigações que apuram a compra de votos para a escolha da cidade como sede dos Jogos de 2016.
A ação da Polícia Federal é um desdobramento da chamada Operação Unfair Play. Também foi detido Leonardo Gryner, considerado o braço-direito de Nuzman no comitê organizador dos Jogos.
Nuzman é o único presidente de um comitê organizador de Jogos Olímpicos a ocupar também o cargo de chefe de comitê olímpico do país-sede.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandatos de busca e apreensão nas casas e empresas de Nuzman e Gryner e a quebra de sigilo telemático.
Segundo o MPF, nos últimos dez dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça.
Em razão das proporções mundiais do fato, o MPF requer, ainda, pelos danos morais causados, o bloqueio do patrimônio de Nuzman e Gryner em até 1 bilhão de reais.
Segundo os investigadores, Nuzman seria a "ponte" entre o esquema de do governo Sérgio Cabral, condenado a 45 anos de prisão por corrupção e participação em organização criminosa, e os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A investigação se centra na compra do voto do senegalês Lamine Diack por 2 milhões de dólares. A PF afirma que o empresário Arthur César Soares de Menezes, foragido há um mês, foi o responsável por pagar a quantia a ele em outubro de 2009, semanas antes da escolha do Rio como sede.
A propina ao senegalês foi debitada de uma dívida de Soares, conhecido com o "Rei Arthur", com Cabral. O empresário obteve mais de 3 bilhões de reais em contratos com o estado do Rio. As novas provas que basearam o pedido de prisão contra o presidente do COB e seu braço-direito são e-mails encontrados no comitê trocados entre Nuzman, Gryner e Papa Diack, filho de Lamine Diack.
RPR/ots