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Peste suína gera alerta sobre preço do schnitzel na Alemanha

Nik Martin cn
1 de dezembro de 2019

Colapso da produção de porco na China, o maior consumidor deste tipo de carne do mundo, levou Pequim a duplicar importações, pressionando preços na Europa. Há um ano e meio, país enfrenta epidemia da doença.

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Schnitzel – bife à milanesa
Além de maior consumidor, China é o maior produto do mundo de carne de porco Foto: DW

A Associação Alemã da Indústria da Carne (BVDF) fez um alerta sobre um provável aumento significativo no preço da carne de porco e derivados, incluindo o famoso schnitzel – bife à milanesa – na Alemanha. A alta nos preços se deve ao colapso da produção suína na China, que enfrenta uma epidemia de peste suína africana. 

Embora nenhum caso de peste suína tenha sido registrado na Alemanha, a BVDF disse que os consumidores precisam se preparar para um aumento significativo nos preços do bacon, salsichas e do schnitzel. "As salsichas ficarão com certeza mais caras [no próximo ano]", afirmou a presidente da associação, Sarah Dhem, ao jornal alemão Bild neste sábado (30/11).

O aumento é resultado de um mercado atual ultracompetitivo, com o colapso da produção da China, o maior produtor e consumidor de carne de porco do mundo, e o aumento da procura por suínos da Alemanha e Suíça.

Desde agosto de 2018, a China teve que abater mais de 1 milhão de porcos devido à peste suína. Especialistas, porém, acreditam que os números oficiais possam ter sido subestimados e que o surto tenha dizimado metade dos mais de 300 milhões de animais produzidos no país. Estima-se que a epidemia tenha causado até agora a Pequim um prejuízo de cerca de 127 bilhões de euros.

Numa tentativa de conter o aumento dos preços para os consumidores, Pequim mais do que duplicou a importação de produtos suínos, que deve chegar neste ano há mais de 3 milhões de toneladas, de acordo com estimativas do governo chinês.

"Os chineses estão comprando o que eles podem no mercado mundial", afirmou o analista Tim Koch ao Bild. O especialista estima que a epidemia pode afetar os preços globais por alguns anos.

Segundo dados da Comissão Europeia, a venda de produtos suínos da União Europeia para a China cresceram 37% entre janeiro e abril. O país suspendeu também restrições impostas há cindo anos ao frango americano devido a um surto de gripe aviária.

Desde o início da epidemia, o preço da carne de porco na China bate recorde. Para estabilizar os preços, o governo liberou reservas estratégicas de produtos congelados. O ministro chinês do Comércio, Gao Feng, afirmou que Pequim pretende liberar mais reservas, além de aumentar a importação, para garantir que a demanda das festividades do Ano Novo Chinês, em janeiro, seja atendida.

A peste suína africana aparentemente se aproxima da principal economia da Europa. Há dez dias, 20 javalis foram encontrados mortos na região de Lubuskie, próximo à fronteira da Polônia com a Alemanha. Autoridades disseram que os animais foram descobertos numa área de florestas que fica afastada de propriedades rurais. Eles teriam morrido devido à doença.

O achado aumentou a preocupação de que a peste chegue à Alemanha. Uma vez no país é difícil conter a proliferação da epidemia. O atual surto atinge, além da China, o Vietnã, a Rússia, a Mongólia e países do leste europeu. A doença, que pode matar um porco em apenas 48 horas, não apresenta risco à saúde humana.

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