Peru quer que Grupo de Lima rompa relações com Venezuela
8 de dezembro de 2018O governo do Peru vai propor ao Grupo de Lima, na próxima reunião, em janeiro, "a ruptura de relações diplomáticas com a Venezuela", anunciou nesta sexta-feira (07/12) o ministro da Relações Exteriores peruano, Néstor Popolizio.
Durante uma reunião com os correspondentes da Associação de Imprensa Estrangeira no Peru (APEP), Popolizio afirmou que, como o Grupo de Lima não reconheceu as eleições presidenciais em maio passado na Venezuela, vencida por Nicolás Maduro, "a consequência natural é quebrar relações diplomáticas com a Venezuela".
"É uma proposta que faremos em grupo, e veremos que países estão de acordo em fazer isto", apontou o chanceler peruano.
O Peru também proporá ao Grupo de Lima, que inclui Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, uma série de medidas de imigração, políticas e financeiras contra o regime de Maduro.
As medidas, se aprovadas, serão a mais contundente ação do grupo de Lima por reformas democráticas na Venezuela. Popolizio disse que essas propostas do Peru pretendem contribuir para o fim da "ditadura de Maduro", que iniciará um novo mandato de seis anos no dia 10 de janeiro, em virtude dos resultados das eleições de 23 de maio, que não foram reconhecidas por grande parte da comunidade internacional.
Também será solicitado pelo Peru uma medida similar à adotada pelos Estados Unidos, que bloqueia o acesso à cúpula do regime venezuelano ao seu território, "para que eles saibam que em nenhum país do Grupo de Lima serão bem-vindos", disse o chanceler.
"Como a única coisa que reconhecemos como autoridade representativa é a Assembleia Nacional, que foi democraticamente eleita pelos venezuelanos, vamos propor que medidas financeiras sejam coordenadas com esta", detalhou Popolizio. "O que nós queremos é que haja importante pressão internacional para levar à mobilização da oposição, estabelecer um mecanismo de transição e encerrar o regime de Maduro", disse o chanceler.
JPS/efe/afp
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