"Pequena Pompeia" é descoberta na França
2 de agosto de 2017Arqueólogos franceses descobriram um bairro romano de 2 mil anosenterrado nas proximidades de Vienne, a cerca de 30 quilômetros de Lyon. O local foi apelidado de "pequena Pompeia", em referência à famosa cidade soterrada por cinzas vulcânicas no século 1º, na atual Itália.
A descoberta – bastante incomum em áreas urbanas – se deu num terreno onde seria construído um complexo residencial, e cobre uma área de quase 7 mil metros quadrados às margens do rio Ródano. O Ministério francês da Cultura disse se tratar de um "achado excepcional".
Foram encontrados remanescentes de residências de luxo e edifícios públicos datados da época do Império Romano. "Tivemos uma sorte incrível. Esta é, sem dúvida, a escavação mais excepcional de um local romano nos últimos 40 ou 50 anos", disse Benjamin Clement, o arqueólogo que lidera os trabalhos em Vienne.
O local onde hoje se situa a cidade francesa, conhecida por ter um teatro e um templo da época dos romanos, era um ponto importante na rota que ligava a região do norte da Gália com a antiga província de Gália Narbonense, onde hoje é o sul da França.
Acredita-se que o bairro romano possuía casas datadas do século 1º e que já era habitado 300 anos antes de ter sido abandonado após uma série de incêndios.
Entre as estruturas que sobreviveram parcialmente está uma luxuosa residência. Apesar de o primeiro andar, o teto e a sacada terem sido aparentemente consumidos pelo fogo, partes da estrutura foram preservadas, como balaustradas suntuosas, azulejos de mármore, jardins extensos e um sistema de abastecimento de água. Os arqueólogos acreditam que a casa tenha pertencido a um comerciante rico.
"Conseguiremos restaurar essa casa do chão ao teto", disse Clement. Mosaicos estão sendo cuidadosamente retirados e levados para restauração. Os pesquisadores esperam que os trabalhos estejam prontos a tempo para serem expostos no museu da civilização galo-romana em 2019, em Vienne.
Os arqueólogos também encontraram um edifício de grandes proporções onde acreditam que funcionava uma escola de filosofia.
Os trabalhos no local prosseguirão até o final do ano. As escavações, iniciadas em abril, deveriam terminar em setembro, mas o governo francês aumentou o prazo para possibilitar novas descobertas. Nos próximos meses, os 20 membros da equipe de Clement vão escavar as partes mais antigas do bairro e explorar um local que abrigava oficinas.
RC/afp/ots