Rota do pão de mel
25 de dezembro de 2010A origem da palavra alemã lebkuchen é incerta. Alguns pesquisadores acreditam que signifique "bolo da vida": leb (de leben – vida, viver) e kuchen (bolo). Outra origem possível é laib (corpo), numa referência ao corpo de Cristo. Em latim, libum significa tanto "pão achatado" quanto "oferenda".
Pfefferkuchen (literalmente "bolo de pimenta") é outro nome do lebkuchen, numa referência às especiarias raras usadas até hoje no preparo do doce.
Historiadores afirmam que a macia bolacha natalina foi inventada na Bélgica, seguindo de lá para Aachen, onde recebeu o nome de aachener printen.
Em seguida, as freiras nos conventos francônios adotaram o doce como sobremesa. O termo lebzelter ou pfefferkuchenbäcker, designando o padeiro de lebkuchen, foi documentado pela primeira vez em 1296, em Ulm, depois em 1370 em Munique, e 25 anos mais tarde, em Nurembergue, na Francônia.
Os ingredientes básicos do lebkuchen são: farinha de trigo, mel, amêndoas e especiarias (principalmente canela, cravo e anis). Em lugar do fermento convencional, usa-se sal amoníaco ou potassa (carbonato de potássio).
Corações de pão de mel
O lebkuchen pode ser feito em diversos formatos, o mais especial é em forma de coração. Esta versão romântica não é apreciada apenas nas feiras natalinas tradicionais, mas também em quermesses durante todo o ano e na famosa Oktoberfest. Mas, cuidado, esse tipo de lebkuchen costuma ser muito duro, pois normalmente os corações não são consumidos, mas servem de lembrança ou decoração.
As bordas dos corações são enfeitadas com glacê de açúcar e com esse mesmo glacê escrevem-se mensagens no centro, do tipo "Eu te amo" ou "Ao meu grande amor". Por isso, não se surpreenda ao encontrar um coração desses pendurado no pescoço de um cidadão que se diverte no mercado de Natal. Geralmente são comprados para presentear amigos e namorados.
Na rota do lebkuchen
Quase ninguém conhece Pulsnitz – pelo menos quem não liga para pão de mel. Quem aprecia um dos mais tradicionais doces natalinos sabe que a cidade alemã de 15 mil habitantes não perde nada para Aachen, Nurembergue e Coburg.
Enquanto Nurembergue, no estado da Baviera, detém o recorde de maior produtor da bolacha, em Pulsnitz o trabalho é praticamente artesanal: os pulsnitzer pfefferkuchen são uma tradição de quase 400 anos. Como é feito em pequenas padarias familiares, os ingredientes exatos são passados de geração a geração. Também casinhas de pão de mel decoradas com guloseimas são feitas lá.
Em Coburg, de 41 mil habitantes, pedir por lebkuchen pode ser um pouco complicado. Melhor utilizar a palavra schmätzchen. Resolvido o problema linguístico, é aproveitar a delícia local, que pode ser comprada diretamente do fabricante. Os produtos da fábrica de Wilhelm Feyler ainda mantêm um requinte dos tempos em que foi fornecedor oficial da nobreza alemã nos séculos passados: os goldschmätzchen são decorados com um pedacinho de folha de ouro.