Pegida comemora dois anos com manifestação em Dresden
16 de outubro de 2016Milhares de pessoas participaram neste domingo (16/10) da manifestação para marcar o segundo aniversário do grupo anti-islã Pegida, em Dresden, no estado alemão da Saxônia. O evento no largo diante da ópera Semperoper transcorreu de forma pacífica.
O grupo de pesquisa Durchgezählt calculou que de 6,5 mil a 8,5 mil pessoas participaram da manifestação. No ano passado, o mesmo grupo estimou que de 15 mil a 20 mil apoiadores participaram da marcha para comemorar o primeiro aniversário.
Entre os participantes deste ano estavam também membros do grupo de extrema direita Identitären, que são vigiados pelo serviço secreto interno da Alemanha por suspeita de atividades inconstitucionais.
Dresden também foi palco de várias manifestações anti-Pegida neste domingo. Os participantes acusam o grupo de racismo. No ano passado, manifestações contrárias reuniram cerca de 20 mil pessoas, e houve registros de confrontos entre os dois lados.
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, que mora em Dresden, disse ao jornal Bild am Sonntag que espera que esta tenha sido a última manifestação do Pegida. Ele afirmou que Dresden é uma cidade tolerante e receptiva, e mesmo dois anos de Pegida não conseguiram mudar isso.
Há alguns dias, o Pegida foi obrigado a antecipar sua manifestação – que tradicionalmente acontece às segundas-feiras – para a véspera porque o largo em frente à Semperoper não estava mais disponível. Grupos contrários reservaram o local. O coletivo Herz statt Hetze (compaixão em vez de incitação) planeja nesta segunda uma marcha que deverá terminar diante da Semperoper. Além disso, a prefeitura organizará uma festa popular contra o Pegida, no centro da cidade.
O Pegida surgiu em outubro de 2014 e, desde então, organiza marchas pela cidade de Dresden todas as segundas-feiras. Elas costumam terminar em frente à Semperoper. Em janeiro de 2015, cerca de 25 mil pessoas chegaram a participar dos chamados "passeios noturnos". Este ano, o número recuou para cerca de 3 mil pessoas.
AS/epd/afp/dpa