"Pedras de tropeço" são roubadas em Berlim
6 de novembro de 2017A polícia de Berlim informou nesta segunda-feira (06/11) que está investigando o roubo de várias "stolpersteine", os paralelepípedos que lembram vítimas do regime nazista, no bairro Neukölln. Pelo menos 14 placas foram roubadas em várias ruas da região.
O primeiro roubo foi percebido na manhã desta segunda-feira por pedestres que caminhavam na rua Steinbock. Duas "pedras de tropeço" desapareceram na rua. Moradores do conjunto habitacional Hufeisensiedlung também reportaram o roubo de ao menos sete "stolpersteine". O furto teria ocorrido no domingo de noite. Mais tarde moradores alertaram a polícia sobre o sumiço de placas em outras cinco ruas do bairro.
As "stolpersteine" são placas, geralmente de 10 por 10 centímetros, de concreto e cobertas de latão, feitas à mão. Nelas, são gravadas informações sobre cada vítima, normalmente com frases como "aqui viveu", "aqui nasceu" ou "aqui trabalhou".
Iniciado em 1996 pelo artista alemão Gunter Demnig, o projeto das "pedras de tropeço" se tornou o maior memorial descentralizado do mundo, uma "escultura social", que envolve voluntários, estudantes, escolares e familiares de vítimas do Holocausto por todo o mundo.
Elas homenageiam as vítimas do regime de Hitler, tanto os assassinados em Auschwitz e outros campos, como também os sobreviventes e os que escaparam, fugindo para territórios palestinos, EUA e outras partes.
A grande maioria homenageia vítimas judias, mas também existem placas para membros das etnias nômades sinti e roma, para dissidentes ou mortos dos programas de eutanásia em massa, assim como para os que os nazistas tachavam de "associais". Somente na Europa, mais de 60 mil "stolpersteine" foram instaladas. Em Berlim, há 7 mil delas.
CN/ap/ots
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