Países da OCDE devem crescer 1,8% este ano
25 de abril de 2002A Europa fica atrás dos Estados Unidos na atual fase de recuperação da economia mundial. A avaliação é do economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ignacio Visco.
Em suas estimativas publicadas nesta quinta-feira (25) em Paris, a OCDE corrigiu de 1% para 0,7% sua previsão de crescimento da economia alemã em 2002. No ano que vem, esse índice deverá ser de 2,5%, em vez dos 2,9% inicialmente previstos pela organização.
Segundo a OCDE, a zona do euro apresenta poucos sinais de haver saído do fundo do poço, embora o clima econômico tenha melhorado. A economia dos 12 países que adotaram o euro deverá crescer apenas 1,3% este ano (2001: 1,6%). Já as estimativas da para a União Européia, que abrange 15 países, são de um crescimento de 1,5% (2001: 1,7%). Em 2003, a zona do euro deverá crescer 2,9% e a UE, 2,8%.
Locomotiva
– Os EUA devem atuar como uma locomotiva e arrastar os demais países da OCDE. "Graças ao aumento do consumo privado e dos gastos públicos, a recuperação nos EUA veio meio ano antes do previsto", explicou Visco.Por isso, a OCDE corrigiu sua previsão de crescimento da economia norte-americana de 0,7% para 2,5% em 2002 e 3,5% em 2003. Para meados deste ano, a organização prevê um aumento dos juros nos EUA.
Os 30 países da OCDE, também chamados de "clube dos países industrializados", devem crescer 1,8% este ano (2001: 1%) e 3% em 2003. Entre os países lanternas estará o Japão, com uma contração de 0,7% em 2002 e um crescimento de 0,3% em 2003.
Déficit público
– "Os maiores riscos para a recuperação da economia não decorrem da inflação prevista de 2,1% (2001: 2,2%) para a zona do euro e, sim, do elevado déficit público", disseram os economistas. Para a Alemanha, a OCDE prevê um déficit público de 2,8% do PIB em 2002 (2001: 2,7%). As taxas de desemprego permanecerão praticamente inalteradas em 2002 e 2003.A OCDE atribui principalmente à Alemanha a lenta recuperação da conjuntura na Europa. A forte redução do consumo privado e a falta de investimentos dos anos passados ainda freiam a economia do país em 2002. A partir do segundo semestre deste ano, porém, as exportações alemãs para aos Estados Unidos devem voltar a aumentar, atingindo um crescimento de 6% em 2003.