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Pat Cox: uma vida pela Europa

av20 de maio de 2004

O Prêmio Carlos Magno é o reconhecimento ao ex-presidente do Parlamento Europeu Pat Cox por seu empenho pela Europa. A chefia da Comissão da UE pode ser o próximo na carreira vertiginosa do irlandês de 51 anos.

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Cox recebeu o prêmio do prefeito de AachenFoto: AP

O irlandês Pat Cox, ex-presidente do Parlamento Europeu, recebeu nesta quinta-feira (20), na cidade alemã de Aachen, o Prêmio Internacional Carlos Magno, um dos mais importantes da Europa.

Nota-se que Pat Cox já trabalhou para a televisão pela forma tranqüila e espontânea como responde a todo tipo de perguntas. O orador experiente jamais perde a tranqüilidade. O que o torna uma excelente opção para ocupar no futuro o cargo de presidente da Comissão Européia.

Ao deixar a sede do Parlamento em Estrasburgo, há duas semanas, Cox deixou claro que sua carreira na política européia não está chegando ao fim: "A Europa tem sido a razão de minha vida política, e continuarei servindo a essa causa, de que maneira for".

Dependendo da decisão dos chefes de Estado e governo europeus, em junho, o liberal de 51 anos de idade poderá ser o sucessor de Romano Prodi, que encerra em outubro seu mandato na presidência da Comissão da UE. Este cargo seria para Cox a coroação de uma carreira vertiginosa.

Economia e televisão

Pat Cox erhält Karlspreis
Pat CoxFoto: AP

Pat Cox (foto) nasceu em 28 de novembro de 1952, filho de um relojoeiro de Dublin. Cresceu em Limerick, no oeste da ilha, retornando à capital irlandesa para estudar Economia, completando o mestrado em 1976. Após ensinar durante alguns anos na Universidade de Limerick, ele foi trabalhar na televisão em 1982.

Ele logo ficou conhecido em seu país como apresentador de notícias de política no telejornal. Em 1985 o astro de mídia ingressou no recém-fundado Partido Democrata Progressista, tornando-se seu secretário-geral. Quatro anos mais tarde, passou a representar seu partido no Parlamento Europeu.

Nem mesmo a separação não amigável dos democratas progressistas fez esmorecer a determinação do diligente político. Cox reelegeu-se como candidato independente, e em 1998 assumiu a liderança da bancada dos liberais europeus. Quatro anos mais tarde foi escolhido para presidir o Parlamento Europeu.

Aplicado até demais

O que distinguiu Cox de muitos de seus antecessores foi ele não se considerar mero representante, mas sim um ator político. Por vezes com zelo até exagerado. Despertou críticas em Bruxelas, por exemplo, sua intervenção na questão de concorrência envolvendo a superbarata companhia aérea Ryanair. Cox não teve escrúpulos em exigir da Comissão Européia que aprovasse o abatimento de taxas que aeroportos regionais concederam à empresa irlandesa.

Entretanto, ao deixar o cargo, Cox também recebeu elogios de seus adversários políticos. O chefe de bancada do Partido Popular Europeu (EVP), Hans-Gert Pöttering, garantiu-lhe que ele "permanecerá na memória como um dos grandes presidentes do Parlamento Europeu".

Cox levou sua missão extremamente a sério, até o último momento. Perguntado sobre suas ambições para o futuro, durante as festividades da ampliação da UE, em 1º de maio, o pai de seis filhos respondeu sem hesitar: "Não estou aqui para ter um trabalho, mas sim para fazer meu trabalho".