Passeata lembra desaparecimento de estudantes em Iguala
27 de setembro de 2016Os familiares dos 43 estudantes desaparecidos no município de Iguala, no México, organizaram uma passeata nesta segunda-feira (26/09) na capital do país para lembrar os dois anos do caso exigir o esclarecimento do mistério que envolve a tragédia.
A marcha reuniu organizações sindicais, estudantes e milhares de pessoas que se simpatizaram com a dor dos familiares. "Vivos os levaram, vivos os queremos", gritavam os manifestante que pediam justiça.
No dia 26 de setembro de 2014, os estudantes de uma escola de formação de professores viajaram para Iguala para participar de um protesto contra as más condições da educação no país. Na volta, os ônibus em que estavam foram atacados pela polícia local. Seis pessoas foram mortas, 20 ficaram feridas e 43 foram sequestrados pelos policiais.
Segundo a versão oficial, a polícia entregou os jovens ao cartel Guerreros Unidos, que teria assassinado os estudantes e incinerado os corpos num depósito de lixo. Mas especialistas de organizações internacionais de direitos humanos questionaram essa versão e denunciaram irregularidades nas investigações.
"Nossa luta continua firme, ainda estamos de pé", disse Clemente Rodriguez, pai de um dos estudantes desaparecidos. "Não é fácil deixar a família [para protestar em todo o país], mas tenho certeza que os meninos estão vivos", completou.
O porta-voz das famílias das vítimas, Felipe de la Cruz, disse que os dois anos foram difíceis para os parentes que estão trabalhando duro para manter a pressão sob o governo com protestos em todo o mundo.
Investigação continua
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, reiterou nesta segunda-feira o compromisso de ir até as últimas conseqüências para esclarecer o desaparecimento dos estudantes e punir os responsáveis.
Peña Nieto ressaltou que a investigação é prioridade do governo mexicano e conta com a participação de organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Durante um ano, os especialistas da CIDH trabalharam no caso e denunciaram graves irregularidades no inquérito, além de pedir que o governo abrisse novas linhas de investigação. Os estudantes foram declarados mortos, mas seus corpos nunca foram encontrados.
CN/ap/efe