Passado e presente no Museu ao Ar Livre de Kommern
Muitos museus na Alemanha tentam reconstruir o cotidiano de tempos passados. Em Kommern, na Renânia, não se trata só da manutenção de monumentos antigos, mas de apresentar estruturas habtacionais inteiras em contexto.
De fazenda a taverna
Quando o Museu Renano ao ar livre foi inaugurado em Kommern, em 1961, os etnólogos se concentravam em salvar antigos edifícios do desaparecimento, reconstruindo-os no local. Hoje, Kommern também destaca a época de seu próprio surgimento. A seção "Mercado Renânia" mostra como antigas casas de fazenda, como esta que pertencia à família Watteler, eram transformadas em tavernas.
Casa pré-fabricada
Durante o assim chamado milagre econômico alemão, a vida urbana começou a influenciar vilarejos na região da Renânia. Casas pré-fabricadas ganharam popularidade, por poderem ser facilmente instaladas em qualquer lugar. Esta, de 1965, da companhia Quelle, estava antes na cidade de Stommelerbusch. O amianto teve que ser retirando antes que fosse transferida para o museu.
Mobiliário substituível
A foto mostra uma sala de estar dos anos 1960 numa casa pré-fabricada da firma Quelle. A partir dessa década, o mobiliário se tornou cada vez mais impessoal. O diretor do museu, Josef Mangold, comenta que nesse período "as características regionais começaram a desaparecer, dando lugar até mesmo a estilos internacionais. O melhor exemplo disso é a empresa sueca de móveis Ikea".
Objetos antigos
O Museu Renano ao Ar Livre de Kommern é também um lugar para preservar o folclore local. A instituição não conserva somente construções e mobiliário, mas também itens da vida cotidiana, principalmente do pós-guerra. Encontrar móveis e objetos de séculos passados, como para a casa Kessenich, datada de 1616, certamente não foi uma tarefa fácil nem barata.
Game Boy já é peça de museu
Muitos objetos do cotidiano estão armazenados em grandes depósitos na área do museu, de onde são retirados para exposições temáticas. O etnólogo Raphael Thörmer descobriu uma caixa com jogos de computador dos anos 1980 numa loja para colecionadores de brinquedos. Tais objetos estão sendo exibidos agora na mostra "Sonhos de criança".
Gansos e galinhas caipiras
Quando abriu as portas, no início da década de 1960, o museu de Kommern estava à frente de seu tempo ao tentar mostrar não somente edifícios, mas estruturas inteiras em contexto e destacar características particulares de regiões e sub-regiões, como, por exemplo, a vida rural na área de Westerwald. Ali é comum a existência de edifícios soltos no terreno. Os animais também fazem parte da mostra.
O porco de Kommern
O Museu ao Ar Livre se aliou à Universidade de Giessen para ressuscitar antigas raças de animais de fazenda, incluindo um tipo de porco em particular. Agora ele se chama porco de Kommern, com as típicas cabeça e parte traseira pretas. Se eles nascem sem essas características, os suínos infelizmente são abatidos mais cedo que seus companheiros de raça pura.
Prédio mais antigo
No museu, cada grupo de edifícios é dedicado a uma região da Renânia, como o Eifel ou Westerwald. O prédio mais antigo da instituição pode ser visto no grupo que representa a região do Baixo Reno. Trata-se de um celeiro do século 15, que antes se encontrava no vilarejo de Lürrip, perto da cidade de Jülich. Os grãos eram depositados a grande altura para impedri a ação dos ladrões.
Aprendendo com a história
Desde 2006, uma mostra permanente chamada "Nós, renanos" continua a atrair multidões, demonstrando como a política deixou uma marca decisiva no cotidiano da Renânia e no desenvolvimento da região. Os visitantes podem vivenciar numa cidade renana fictícia o período entre 1794 e 1955 – da ocupação pelas tropas de Napoleão até a reconstrução da Alemanha após a Segunda Guerra.
Preservar o passado para o futuro
Desde a década de 1990, o museu também apresenta reconstituições históricas. Membros da equipe desempenham papéis, como o da esposa de agricultor Anna Ippendorf. Enquanto corta legumes, ela explica aos expectadores suas tarefas diárias. Os atores são filmados para que um público que ainda está para nascer possa um dia também escutar suas histórias.