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Partido conservador vence eleição antecipada na Áustria

29 de setembro de 2019

Superando enquetes, ÖVP obtém melhor resultado de sua história. Populista de direita FPÖ despenca após escândalo de corrupção. Ex-premiê Sebastian Kurz, retirado do cargo por moção de censura, deverá voltar fortalecido.

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Político austríaco Sebastian Kurz fala ao microfone, diante de tela com "Obrigado!" em alemão
Sebastian Kurz agradece ao eleitorado por vitória nas urnasFoto: picture-alliance/AP/M. Schrader

O Partido Popular (ÖVP), liderado pelo ex-chanceler federal Sebastian Kurz, venceu as eleições legislativas antecipadas na Áustria, neste domingo (29/09). A sigla conservadora obteve 37,1% dos votos, uma vantagem de mais de 15 pontos percentuais sobre o Partido Social-Democrata (SPÖ), que conquistou 21,8%.

O resultado confirmou as pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma vitória clara do premiê, porém seu triunfo foi mais amplo do que o previsto. Por sua vez, o populista de direita Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que governava em coalizão com Kurz, despencou dez pontos percentuais em relação ao pleito de 2017, ficando com apenas 16% das urnas. Seu líder, Norbert Hofer, já declarou estar se "preparando para fazer oposição".

Os Verdes conquistaram 13,9% dos votos, o que lhes permitirá retornar ao Conselho Nacional. Especula-se que a legenda possa ser a próxima parceira de coalizão do ÖVP. Na votação de 2017, após a renúncia de sua líder e disputas internas, o partido ambientalista não alcançara o mínimo de 4% dos votos. Por último, o econômico-liberal Neos obteve 7,8%, enquanto a lista JETZT ficará de fora do parlamento federal austríaco.

Deixando populistas de direita para trás

O democrata-cristão ÖVP foi o principal beneficiário da perda de votos dos ultradireitistas, abalados por um escândalo de corrupção que forçou a renúncia de seu então líder, Heinz-Christian Strache. O ex-vice-chanceler federal foi filmado secretamente em 2017 na turística ilha de Ibiza, quando oferecia favores políticos a uma falsa milionária russa em troca de doações ilegais para sua campanha eleitoral.

O escândalo detonou a coalizão ÖVP-FPÖ. O partido de extrema direita vingou-se, lançando uma moção de censura que catapultou o premiê do cargo e forçou as atuais eleições. Tendo permanecido apenas 17 meses, Kurz se tornou o chefe de governo austríaco com o mandato mais breve, desde a Segunda Guerra Mundial. Agora, contudo, salvo surpresas, ele estará de volta à Chancelaria Federal em Viena.

Com 33 anos, Sebastian Kurz deixou de ser uma promessa da política austríaca para se tornar a principal referência da centro-direita no país. Ex-secretário de Estado e ex-ministro do Exterior, ele comanda o ÖVP desde 2017, quando reorganizou o partido e lhe garantiu 31,7% dos votos, o maior resultado eleitoral de sua história, até então, superado no atual pleito em 5,6 pontos percentuais.

O provável novo chanceler federal é, ao mesmo tempo, o político mais popular e mais odiado da Áustria. Celebrado por seus eleitores como jovem estrela que vai modernizar o país, Kurz é visto pela oposição como sedento de poder e inescrupuloso.

AV/rtr/efe/afp

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