Partido conservador vence e tira esquerda do poder na Grécia
8 de julho de 2019O conservador Kyriakos Mitsotakis foi eleito como primeiro-ministro da Grécia neste domingo (07/07), colocando fim ao governo de esquerda de Alexis Tsipras, após um tumultuado mandato de quatro anos, enquanto o país lutava para se recuperar de uma crise financeira.
O partido de centro-direita do qual Mitsotakis é líder, o Nova Democracia, conquistou 39,9% dos votos, o que lhe garantiu 158 de 300 assentos do Parlamento grego – uma confortável maioria. A Coligação da Esquerda Radical, ou Syriza, de Tsipras, ficou em segundo lugar, com 31,5%, passando das 144 cadeiras atuais para 86.
O extremista de direita Amanhecer Dourado, que se tornou o terceiro maior partido grego durante o auge da crise financeira, não conseguiu superar a barreira de 3% dos votos para ingressar no Parlamento.
O esquerdista Mera25, fundado pelo ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis, obteve 3,4% dos votos, o que significa que a legenda ingressará no Parlamento, onde ocupará nove assentos.
Mitsotakis, de 51 anos, é filho do ex-primeiro-ministro Constantine Mitsotakis, um dos parlamentares mais longevos do país. Ele é formado em Harvard e trabalhou para a consultoria McKinsey. O novo premiê toma posse nesta segunda-feira e afirmou que trabalhará para trazer crescimento e emprego ao país.
"Um círculo doloroso se fecha hoje", disse. "Pedi um mandato forte para mudar a Grécia. Vocês o ofereceram com generosidade. A partir de hoje começa uma nova, mas bonita, luta."
Mitsotakis, que vinha liderando pesquisas de opinião nos últimos três anos, prometeu cumprir suas promessas de campanha de cortar impostos, atrair investimentos estrangeiros e melhorar o mercado de trabalho. "Os gregos merecem algo melhor, e chegou a hora de provarmos isso." O Nova Democracia esteve no poder pela última vez em 2014, numa coalizão com os socialistas.
Após reconhecer sua derrota, Tsipras, de 44 anos, falou ao telefone com Mitsotakis e parabenizou o adversário: "Os cidadãos fizeram a sua escolha. Respeitamos plenamente o voto popular." A abstenção nas urnas foi elevada, de 42%, indicando um descrédito em relação à classe política como efeito da crise financeira dos últimos anos no país.
LPF/lusa/efe/ap/afp
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